Vinte e sete são indiciados por organização criminosa envolvendo "Golpe do Cartão" no Vale do Sinos
- Andressa Deuner
- 25 de ago. de 2021
- 2 min de leitura

A Polícia Civil, através da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas / DRACO / São Leopoldo, no dia de hoje (25/08/2021), concluiu investigação contra organização criminosa especializada na prática de delitos de estelionato praticados contra vítimas idosas.
Tratou-se de uma ação desenvolvida através de uma metodologia de investigação na qual se identificou um grupo criminoso que aplicava golpes envolvendo recolhimento de cartões de vítimas para futuro saque e/ou transferência de valores de contas para contas de “laranjas”. Não foi medido esforços para se comprovar os delitos perpetrados; buscaram-se medidas judiciais cabíveis para terminar tais práticas criminosas; fez-se análise criminal da atuação de cada investigado e, ao final, realizou-se a exploração de um mosaico de informações que foi compartilhado com outras Delegacias de Polícia que tratavam de casos relacionados (acrônimo "F3AE" - "find", fix", "finish", "analyse", "exploit").
Dando início à Operação "Monero”, a DRACO realizou monitoramento de um veículo utilizado por um motorista de aplicativo, suspeito de estar recolhendo dinheiro do crime organizado, no Vale do Rio dos Sinos e região metropolitana de Porto Alegre. Em operação conjunta com a PRF, no dia 11/09/2020, em abordagem a um veículo, na cidade de São Leopoldo, foram apreendidos R$ 8.750,00 em dinheiro na posse de um indivíduo sem antecedentes criminais. Após a apreensão, desenvolveu-se investigação que descortinou uma rede de investigados, todos envolvidos em crimes de estelionato, praticados contra vítimas idosas, correntistas do BANRISUL e do Banco do Brasil. O estratagema era coordenado por dois homens, ambos com vários antecedentes criminais, incluindo estelionato e roubo majorado.
A fraude consistia em selecionar correntistas e realizar telefonemas por meio de mulheres participantes da organização, as quais se passavam por atendentes do sistema de segurança da agência bancária e informavam as vítimas de suposta tentativa de clonagem de cartão, atividade suspeita de cartões de crédito ou movimentações suspeitas na conta bancária. Realizado o contato, tais investigadas convenciam os clientes bancários a entregarem seus cartões de crédito e/ou débito para outros comparsas que se dirigiam às residências das vítimas para coletá-los, inclusive utilizando crachás do respectivo banco.
Após, tais investigados realizavam transferências para contas de “laranjas”, saques e até mesmo compras pela internet ou em lojas físicas com os cartões retirados das vítimas, vindo a causar prejuízos financeiros que chegaram a um montante superior a R$ 200.000,00 para uma das vítimas. Imediatamente, após tais subtrações, outros investigados, cooptados exclusivamente para receber o dinheiro ilícito em suas contas pessoais, recebiam os depósitos em troca de remunerações que variavam entre R$ 300,00 e R$ 500,00. Em seguida, tais valores eram novamente sacados por integrantes da quadrilha, responsáveis pela coleta dos valores, utilizando-se, para tal, das facilidades de serem também motoristas de aplicativo.
O Poder Judiciário decretou prisões temporárias dos dois principais investigados, sendo que um deles prestou declarações e negou participação nos fatos, enquanto que o segundo está foragido da justiça.
Ao final da investigação, foram indiciados, pela DRACO, por crimes de organização criminosa (previsto na lei federal 12.850/2013, art. 2º "caput" e §3º), cerca de 27 indivíduos, tendo sido autorizado pelo Poder Judiciário o compartilhamento de provas desta investigação com outras Delegacias de Polícia de Porto Alegre, encarregadas por investigações semelhantes.
Fonte: Polícia Civil
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