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Variante Delta do coronavírus alcança 38% das amostras sequenciadas no RS


As amostras positivas, com carga viral mínima que permita a análise, estão sendo sequenciadas para variantes | Imagem: Divulgação

O boletim da vigilância genômica publicado na última sexta-feira (27) indicou que a variante Delta do coronavírus foi responsável por 38% das amostras sequenciadas pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) na última semana. O resultado é o dobro do verificado 15 dias antes, quando a variante representou 17% das amostras analisadas.


Surgida na Índia, a Delta é mais contagiosa e causou grande aumento de novos casos em diversos países da Ásia, Europa e nos Estados Unidos. No Rio Grande do Sul, o primeiro caso de contaminação confirmada ocorreu no dia 19 de julho, em Gramado. Desde então, a incógnita era como a Delta iria se comportar diante da variante Gamma (surgida em Manaus e inicialmente denominada P.1), por essa já ser uma variante altamente transmissível e que poderia dificultar o avança da mutação identificada pela primeira vez na Índia.


Richard Salvato, especialista em saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), diz que o avanço da Delta era esperado, considerando o que aconteceu em outros países. Porém, destaca ainda não ser possível saber se a nova variante irá mesmo se sobrepor à Gamma e se tornar prevalente no Estado.


Nas próximas duas ou três semanas, ele explica, talvez seja possível ter um cenário mais consolidado da disputa biológica entre as duas variantes do coronavírus. Uma certeza Salvato tem: a Delta veio para ficar e não vai se extinguir. “A dúvida é se a Gamma vai desaparecer ou se as duas vão coexistir”, afirma.


Salvato explica que todas as amostras positivas, com carga viral mínima que permita a análise, estão sendo sequenciadas para variantes. O RS, segundo ele, é o único estado do Brasil que tem feito a vigilância genômica desse modo. As análises são feitas com as amostras do Laboratório Central do Estado (Lacen/RS), excluindo os testes feitos em laboratórios privados e algumas universidades.


O especialista do Centro Estadual de Vigilância em Saúde destaca que o atual momento da pandemia é representado por duas variantes do vírus “super transmissíveis”, o que significa risco maior de contágio do que o vivido em 2020. “Temos um perigo adicional.”


Embora seja mais contagiosa, os estudos feitos até o momento não indicam que a Delta seja mais letal ou produza formas mais graves da doença. Nesse sentido, a grande diferença no momento atual é a vacinação. Salvato enfatiza que as vacinas são eficientes para evitar o agravamento da doença e que as medidas de proteção – uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos – devem continuar.


A preocupação do especialista em saúde é maior com pessoas que não tomaram duas doses das vacinas, pessoas com comorbidades e idosos. Isso porque o indivíduo mesmo vacinado pode transmitir o vírus, aliado ao momento de relaxamento da população com os cuidados. “É importante a população entender isso.”


Fonte: Sul 21

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