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Foto do escritorAndressa Deuner

Taurus Armas paga R$ 10 milhões para encerrar ação sobre problemas de qualidade


Valor será destinado a investimentos na segurança pública | Reprodução

Sob nova gestão desde 2018, a fabricante gaúcha Taurus firmou um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) para encerrar uma ação judicial de 2017 que alegava problemas de qualidade em 10 modelos de armas fabricados pela empresa. No acerto, a companhia, que tem sede em São Leopoldo, se comprometeu a investir R$ 10 milhões ao longo de cinco anos em segurança pública, investindo na formação de profissionais do setor, em campanhas de manutenção preventiva, fornecimento de munições etc.


"A celebração desse acordo se mostrou medida eficaz para encerrar relevante litígio com menor impacto à Companhia, evitando os riscos e custos aos quais estaria eventualmente exposta em caso de continuidade do litígio. Além disso, esses investimentos são compatíveis com os valores da Companhia ao possibilitarem benefícios à sociedade e em especial à comunidade de segurança pública", traz fato relevante, assinado por Sergio Castilho Sgrillo Filho, diretor Administrativo, Financeiro e de Relações com Investidores da Taurus.


Na ação judicial inicial, o Ministério Público Federal pedia a suspensão da fabricação e comercialização dos modelos, a substituição, reparo ou indenização das armas e indenização por danos morais coletivos, atribuindo à causa valor de aproximadamente R$ 45 milhões. No acordo firmado agora, além de acertar o investimento financeiro, a Taurus também informou que não mais fabrica ou comercializa nove dos 10 tipos de armas citados no processo.


No fato relevante enviado aos acionistas, a companhia gaúcha diz ainda que o acordo não implica reconhecimento de "responsabilidade, culpa ou defeito" de produto. Também anunciou que apresentará o plano com escopo, cronograma, custos estimados e resultados esperados do investimento no prazo de 40 dias antes do início das ações para possibilitar aprovação prévia do MPF e homologação pela justiça federal de Sergipe, que estava analisando a ação.


Mudança de gestão

Desde 2018, a Taurus está sob nova gestão. Em 2019, também mudou seu nome, deixando de ser "Forjas Taurus" e assumindo "Taurus Armas". No ano passado, em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha), o CEO da companhia, Salesio Nuhs, também comentou sobre a mudança:


— Temos mais de 80 anos no Rio Grande do Sul. Tivemos alguns problemas no passado, e aí começamos uma nova gestão na Taurus em 2018. A partir de então, fazemos resultados sempre crescentes e recordes. Resumidamente, qual a base do nosso crescimento constante? Nós reformulamos internamente a companhia, cuidamos dos processos de produção e criamos um centro integrado de tecnologia e engenharia aqui no Brasil que reúne os engenheiros brasileiros e americanos. Temos uma estabilidade muito grande na produção da Taurus e uma agilidade muito grande em lançamento de novos produtos — falou, à época.


Agora, no fato relevante que enviou aos acionistas falando sobre o acordo firmado com o MPF, a empresa voltou a relembrar que mudou de gestão nos últimos anos — e que a ação era da gestão anterior.


"de acordo com a diretriz da atual gestão de resolver, sempre que possível, questões judiciais do período de gestões anteriores da Companhia e buscando trazer mais segurança e transparência aos seus acionistas e mercado, foi realizado acordo entre a Taurus e o Ministério Público Federal (“MPF”) para encerramento da ação civil pública proposta contra a Companhia em 2017", diz parte da nota.


Fonte: Gaúcha ZH

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