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Foto do escritorAndressa Deuner

Suspeito é identificado e confessa assassinato de criança com 42 facadas em colégio de Petrolina


Marcelo da Silva, 40 anos, é suspeito de matar a menina Beatriz Mota, em Petrolina, em 2015 | Imagem: Reprodução/TV Globo

Seis anos, um mês e um dia depois do assassinato de menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, o caso teve um desfecho. O suspeito de desferir 42 facadas na garota, dentro de um colégio particular de Petrolina, no Sertão, foi identificado pela Polícia Científica de Pernambuco e confessou o assassinato.


O DNA encontrado na faca, segundo o laudo pericial, é de Marcelo da Silva de 40 anos, que está preso por outros crimes. Nesta terça (11), após ser ouvido por delegados, ele foi indiciado.


No dia 10 de dezembro de 2015, a menina participava da formatura da irmã, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Ela saiu do lado dos pais para beber água e desapareceu. É o que mostram as últimas imagens em que ela aparece com vida.


Desde a data do assassinato, foram realizadas sete perícias. O inquérito acumulou 24 volumes, 442 depoimentos e 900 horas de imagens analisadas.


Em dezembro de 2021, os pais da criança percorreram a pé mais de 700 quilômetros, entre Petrolina e o Recife, para pedir justiça.


O ato durou 23 dias e contou com apoio de autoridades municipais e dos moradores das cidades por onde eles passaram.


Laudo pericial

A TV Globo teve acesso exclusivo ao laudo final do Caso Beatriz. Concluído na segunda (10), o documento foi enviado, nesta terça (11), para a Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS) e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).


O documento da perícia técnica não esclarece a motivação do crime. Também não informa quais outros crimes são atribuídos ao homem que está preso.


A peça-chave para o esclarecimento do caso foi a faca usada pelo criminoso Marcelo da Silva, que está preso em Salgueiro, também no Sertão pernambucano.


Os peritos coletaram o DNA no cabo da arma, deixada no local do homicídio. A partir da análise, foi possível comparar com o perfil do assassino. O DNA dele fazia parte do Banco Estadual de Perfis Genéticos.


Segundo informações obtidas com pela TV Globo, o DNA da faca foi comparado com o material genético de 125 pessoas, consideradas suspeitas.


Todas essas amostras foram coletadas pelos peritos pernambucanos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, desde 2015.


E foi justamente o Banco de Perfis Genéticos que revelou que entre esses suspeitos estava o assassino de Beatriz Angélica, que já está preso por outros crimes.


O laudo mostra, ainda, que o perfil genético obtido a partir da amostra é compatível com o DNA da menina e do suspeito.


Notas

Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social afirmou que, ao ser ouvido pelos delegados da Força Tarefa, Marcelo da Silva confessou o assassinato e foi indiciado.


O MPPE informou que já "adotou providências para garantir a segurança do preso, bem como já requisitou perícias complementares à Polícia Científica", mas não entrou em detalhes sobre quais providências foram.


Crime


Imagens mostram a caçula da família Mota perto do pai e da mãe antes de desaparecer | Imagem: Reprodução/TV Globo

Beatriz Angélica Mota estava em uma festa no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, com os pais, festejando a formatura da irmã. Cerca de 2 mil pessoas estavam na unidade de ensino no dia do evento.


O pai dela era professor de inglês da instituição. A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 daquele dia. Ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra.


O corpo de garota foi encontrado em um depósito de material esportivo desativado, perto da quadra onde ocorria a solenidade.


A menina tinha ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores. A faca usada no crime, de tipo peixeira, foi encontrada cravada na região do abdômen da criança.


No dia seguinte, a faca foi tirada de Petrolina e entregue ao Instituto de genética Forense, no Recife. A imagem de uma câmera de segurança mostrando um possível suspeito chegou a circular, mas a polícia não conseguiu identificá-lo.


Fonte: G1

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