Nesta quarta-feira, cerca de 50 funcionários da Carris foram impedidos por seguranças de acessar o prédio da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O grupo, com apoio de estudantes e partidos políticos, protesta em frente ao prédio com faixas contra o projeto de privatização da empresa, previsto para ser votado hoje no plenário do legislativo municipal.
Manifestantes chegaram ao prédio do Legislativo às 10h, em um ônibus que foi escoltado pela Brigada Militar e pelos agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Foi permitida a entrada de 15 representantes dos trabalhadores e 15 favoráveis ao projeto que prevê a desestatização da companhia. Apresentado em 21 de junho pela prefeitura, o texto pede autorização para que o Executivo possa se desfazer da empresa fundada em 1872 e que hoje transporta 107 mil passageiros por dia.
Maximiliano da Rocha, delegado sindical da Carris, informou que os rodoviários da empresa são contrários ao projeto que deve ser analisado em sessão plenária de hoje. “Estamos aqui em mais um dia de luta pelo veto do projeto de privatização da Carris” acrescentou Rocha.
Os manifestantes utilizaram apitos, tambores e buzinas. Além disso, cantaram músicas com críticas ao prefeito Sebastião Melo. Faixas foram estendidas no portão da Câmara de Vereadores e tendas foram montadas no gramado do lado de fora do Legislativo municipal.
No dia 1º de setembro, a Câmara Municipal aprovou o projeto que prevê a retirada gradual dos cobradores dos ônibus de Porto Alegre. A sessão da semana passada foi marcada por protestos e conflitos no interior do plenário.
Mobilização sob chuva
Os trabalhadores da Carris, que são contrários a privatização da empresa, realizaram nesta quarta-feira uma manifestação na frente da sede da empresa no bairro Partenon, na zona Leste de Porto Alegre. Nem a chuva forte da manhã de hoje, assustou os funcionários que protestaram desde às 4h, em frente à sede da empresa, na rua Albion.
A programação do ato foi alterada em função da chuva – havia a previsão inicial da realização de uma caminhada dos funcionários até a prefeitura de Porto Alegre e depois até a Câmara de Vereadores. Enquanto isso, uma decisão judicial prevê que, mesmo em meio à greve, a Carris disponibilizasse 65% dos seus carros à população.
Empresas privadas atendem 35% das linhas da Carris
Na manhã de quarta-feira, as empresas privadas voltaram a operar as linhas da Carris – dezenas de ônibus da companhia permaneceram na garagem. Por esse motivo, a prefeitura determinou que as demais empresas do sistema de transporte coletivo da Capital atendessem parte das linhas da Carris. O tempo de espera nas paradas voltou a ser de 30 a 40 minutos e muitos ônibus dos consórcios privados passavam cheios, prejudicando especialmente quem precisa sair para o trabalho.
Fonte: Rádio Guaíba
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