A secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, que ficou conhecida como "capitã cloroquina" por defender o uso do medicamento contra a Covid-19 apesar de sua ineficácia, incluiu em seu currículo acadêmico a participação nos atos antidemocráticos do dia 7 de setembro de 2021.
A participação da secretária está listada na seção de "produção técnica" de seu currículo na plataforma Lattes – que deveria incluir entrevistas, mesas redondas, programas e comentários na mídia (veja imagem reproduzida abaixo).
A plataforma Lattes é ligada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é o principal repositório de dados sobre cientistas e grupos de pesquisa do país.
Atos e CPI
O 7 de setembro do ano passado teve protestos a favor e contra o governo. Nessa época, Mayra Pinheiro fez mais de 20 publicações na rede social Instagram defendendo as manifestações pró-Bolsonaro. O próprio presidente convocou os atos, com pautas antidemocráticas e ameaças a ministros do Supremo e ao Congresso.
Antes dos protestos, em maio, a secretária depôs à CPI da Covid. Ela admitiu que o Ministério da Saúde recomendou o uso da cloroquina para tratar a Covid-19, ainda que as evidências científicas apontassem que o remédio não funcionava para a doença.
Em depoimentos de outras pessoas à comissão, também veio à tona que Pinheiro defendeu o uso do medicamento dias antes do colapso por falta de oxigênio em Manaus, e chegou a oferecer ajuda ao governo de Portugal para usar o remédio contra a Covid.
Fonte: G1
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