O mês de agosto foi marcado por queda nos principais indicadores de criminalidade divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (9). Todos os índices tiveram redução na comparação com agosto de 2023.
No caso dos homicídios, o número de vítimas caiu de 135 para 98 neste ano, uma queda de 27%.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o secretário da Segurança, Sandro Caron, avaliou que uma redução maior passa pelo envolvimento de outras esferas de governo e por mudanças na legislação penal.
"Eu não vejo ninguém falar de uma lei frouxa que temos no Brasil, que a gente vê homicidas, líderes do crime organizado que, depois de três ou quatro anos, já estão na rua, numa progressão de regime", afirmou Caron.
Apesar de não constarem no balanço divulgado nessa segunda, a chacina com quatro mortes em Rolante, no Vale do Paranhana, e um triplo homicídio em Alvorada, são citados por Caron como fatos isolados. Conforme o secretário, esses crimes não representam uma guerra entre organizações criminosas.
"Essa questão de Rolante foi pontual, de criminosos de lá. A questão de Alvorada também, foi pontual. Não há indicativo de disputa de grupos criminosos a nível de Estado. O que acontecer nós vamos prender e prender rápido", disse Caron.
Com relação aos latrocínios, que são os roubos com morte, a queda foi de 67%. Foram seis casos em agosto de 2023, e dois no mês passado. Os crimes aconteceram em Riozinho e Estrela.
Já no caso dos feminicídios, a queda foi de 40% em relação a agosto passado: foram três casos no mês passado, contra cinco registrados em agosto de 2023.
Duas das vítimas por questão de gênero foram assassinadas em São Leopoldo. Em um dos casos, a pedagoga Fernanda Nunes da Silva, de 34 anos, foi morta pelo próprio marido, que depois seguiu até o posto da Polícia Rodoviária Federal e confessou o crime.
No outro, Cleonice de Fátima Pacheco dos Santos, de 48 anos, também foi assassinada pelo companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento. O homem foi preso no dia seguinte com uma arma de fogo.
O terceiro feminicídio registrado em agosto no Estado foi em Encruzilhada do Sul, quando uma jovem de 23 anos foi morta pelo ex-companheiro na frente de casa. O homem havia sido detido dias antes por perseguição, mas acabou solto.
"São crimes que normalmente ocorrem dentro das casas e tu não vai resolver isso com policiamento na rua. Vai resolver isso criando mecanismos para o Estado detectar previamente situação de violência doméstica para que haja medida protetiva e isso não evolua para um feminicídio", afirmou Caron.
A promessa é de que, até o fim do ano, todo o Estado esteja coberto pelo programa que prevê a instalação de tornozeleiras eletrônicas em agressores de mulher, conforme determinação judicial.
Fonte: GZH
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