A Secretaria Estadual da Saúde (SES) emitiu um alerta de surto da doença diarreica aguda (DDA) depois que 25 municípios do Rio Grande do Sul registraram casos. São pelo menos 2 mil pessoas contaminadas desde o final de agosto deste ano. Veja a lista de cidades abaixo.
De acordo com médicos epidemiologistas, a doença, típica de países subdesenvolvidos, atinge mais crianças com menos de 5 anos. Ambientes de creches e escolas são os locais mais comuns para esses tipos de surtos.
Entre os sintomas, diarreia que pode ou não ser acompanhada de dor abdominal, náusea, vômito e febre. Ela pode provocar desnutrição e desidratação intensas e, se não for tratada, leva à morte, razão pela qual atendimento médico deve ser procurado logo que os primeiros sintomas se manifestarem.
“A contaminação, geralmente, é pela água e, em alguns casos, pela comida. É uma doença grave e que exige cuidado médico imediato. Há a estimativa de que cerca de 2 milhões de pessoas no mundo morram por causa dela”, explica o médico epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Petry.
No alerta epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), consta que a suspeita é de que a contaminação esteja associada à ingestão da água.
A Cevs orienta a população a consumir água somente de fontes seguras, que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Também sinaliza que é importante fazer a limpeza de caixas d’água com regularidade.
“Esses tipos de ocorrências reforçam essas medidas preventivas em relação a água, que devem ocorrer de forma permanente por toda população, independentemente da ocorrência ou não desses surtos”, comenta a especialista em saúde do núcleo de Doenças de Transmissão Hídricas e Alimentares do Cevs, Lilian Borges Teixeira.
Os casos ainda estão em investigação. As medidas de investigação e controle são feitas pelos municípios, Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e Cevs. As amostras clínicas de pessoas com sintomas foram encaminhadas para o Laboratório Central do Estado (Lacen) em Porto Alegre. Também já foram coletadas amostras de água em alguns desses municípios, que aguardam resultado da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
“Esses surtos são localizados. É por isso que se chama de surto. Tem origem em uma circunscrição. É determinado em um local. Agora, Vigilância Sanitária tem que identificar a fonte", diz Petry.
Cidades com surtos em investigação
Barra Funda – 26 casos
Bento Gonçalves – 394 casos
Carlos Barbosa – surtos identificados (sem informação de número de casos)
Caxias do Sul – surtos identificados (sem informação de número de casos)
Colorado – 19 casos
Dois Irmãos – mais de 200 casos
Esteio – 144 casos
Garibaldi – surtos identificados (sem informação de número de casos)
Horizontina – 69 casos
Lavras do Sul – 174 casos
Mato Leitão – 50 casos
Monte Belo do Sul – surtos identificados (sem informação de número de casos)
Morro Reuter – cerca de 20 casos
Pinto Bandeira – surtos identificados (sem informação de número de casos)
Porto Alegre – 3 casos
Saldanha Marinho – 228 casos
Santa Cruz do Sul – 374 casos
Santa Maria – surtos identificados (sem informação de número de casos)
Santana do Livramento – 214 casos
Santa Rosa – 28 casos
Santo Cristo – 14 casos
São Marcos – surtos identificados (sem informação de número de casos)
Sarandi – 49 casos
Tucunduva – 33 casos
Recomendações à população
Consumir água de fontes seguras (potável) tratadas que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Caso seja desconhecida a fonte, em situações de emergência, recomenda-se fervê-la antes do consumo e antes do preparo de alimentos por, no mínimo, 5 minutos
A higienização das superfícies, equipamentos e utensílios utilizados no preparo e consumo de alimentos deve ser realizada com água tratada e/ou fervida
O gelo para consumo ou conservação de alimentos deve ser feito de água potável e/ou fervida.
Higienizar as mãos de forma adequada, lavando-as com água e sabão, principalmente após a utilização de banheiro, troca de fraldas, antes de preparar e manipular alimentos e antes das refeições
Afastar as pessoas doentes das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas
Realizar a limpeza da caixa d’água uma vez ao ano ou sempre que necessário
Fonte: G1
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