Horas depois do início da mobilização de rodoviários da Carris contra a privatização da empresa e a retirada gradual de cobradores, a categoria realizou na manhã desta segunda-feira uma assembleia para definir os rumos da mobilização de hoje. Em votação, os funcionários declararam o estado de greve e decidiram que vão esperar o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, na sede da companhia, na rua Albion, no bairro Partenon.
De acordo com o delegado sindical da Carris, Afonso Martins, a mobilização iniciada pelos rodoviários da companhia poderá crescer a partir desta terça-feira. Segundo ele, a Nortran irá aderir ao movimento que quer barrar a privatização da Carris e impedir a retirada gradual dos cobradores do transporte público da cidade.
Diante do impasse, a manifestação dos rodoviários trouxe consequências para os usuários desde as primeiras horas da manhã. A prefeitura, para compensar a ausência de algumas linhas nas ruas, acionou empresas privadas para assumir os itinerários. De acordo com a prefeitura, ao todo, estão sendo utilizados 59 veículos. Todas as linhas da Carris estão circulando. A T11 e T12 são atendidas pelo Consórcio Viva Sul; T1 e T4 pelo Consórcio Mob; T6 e 343 pelo Consórcio Via Leste/Mais; e as demais pela própria Carris, por veículos que saíram da garagem.
Ainda assim, o tempo de espera, em média, tem sido de 40 minutos nas paradas de ônibus. E quando os coletivos chegam, estão completamente lotados. Nas primeiras horas, alguns usuários foram até surpreendidos pela mobilização dos rodoviários da Carris. A partir daí, para chegar ao local de trabalho, foram obrigados a apelar para os aplicativos.
Oposição e Melo
A proposta da prefeitura de desestatização da Carris ainda não entrou na pauta da Câmara de Vereadores, segundo o vereador Matheus Gomes (PSol). Conforme ele, a oposição fará um pedido à presidência da Casa para que o projeto seja devolvido à administração municipal para ser melhor detalhado.
Por outro lado, em entrevista à Rádio Guaíba na manhã desta segunda-feira, o prefeito Sebastião Melo deixou claro que não pretende desistir da proposta de privatização da Carris. Na avaliação dele, a desestatização da companhia não representa a piora do transporte público em Porto Alegre.
Fonte: Correio do Povo
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