O PTB formalizou nesta segunda-feira (01) a candidatura do ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado no escândalo do mensalão, à Presidência da República, com a justificativa de ampliar as opções de eleitores de direita e conter parte dos ataques da esquerda ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
A convenção de lançamento contou com o discurso do deputado federal Daniel Silveira (RJ), lançado pelo partido como candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, apesar de estar inelegível.
Jefferson, que cumpre prisão domiciliar, foi aprovado por aclamação na convenção —acompanhada por participantes remotamente e realizada presencialmente num hotel em Brasília. O local tinha bonecos de papelão do político e frases exaltando o conservadorismo, como "Direita, graças a Deus!".
Jefferson gravou um vídeo de pouco mais de dez minutos no qual lembrou que, nas eleições de 2018, o PTB apoiou Bolsonaro. "Logo no princípio do governo eu disse para ele que o PTB só desejava um cargo no governo, o de presidente da República, e o convidei a integrar o nosso partido, visto que o PSL [legenda que se uniu ao DEM para formar a União Brasil], seu partido, se esvaziara e rachara ao meio", afirmou.
O presidente de honra do PTB disse, na sequência, que Bolsonaro disputa a reeleição "sozinho, contra tudo e contra todos", enquanto a esquerda se apresenta "como um polvo", com múltiplas candidaturas.
Roberto Jefferson foi preso em agosto de 2021 em operação da PF autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito da investigação que apura suposta organização criminosa atuando nas redes sociais para atacar a democracia. Na decisão, Moraes diz que Jefferson divulgou vídeos e mensagens com o "nítido objetivo de tumultuar, dificultar, frustrar ou impedir o processo eleitoral, com ataques institucionais ao TSE e ao seu presidente". Antes de ser preso, o ex-deputado federal enviou a correligionários um áudio com ameaça a Moraes e afirmando que o STF se tornou uma "organização criminosa".
Fonte: Folha de São Paulo
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