Para a retomada, a fábrica estatal de chips Ceitec, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada, que fica em Porto Alegre, receberá um investimento de R$ 110 milhões em 2024. A informação foi dada pela ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Segundo ela, R$ 50 milhões estão garantidos e outros R$ 60 milhões estão sendo providenciados.
A volta da operação foi autorizada pelo presidente Lula em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União nesta segunda-feira (6). A fábrica está parada há 2 anos e 8 meses, enquanto corria o processo de extinção, determinado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). A volta exigirá atualização de tecnologia e contratação de profissionais, o que será coberto por este aporte citado pela ministra.
Segundo ela, a previsão é que, em sete anos, a Ceitec deixe de ser "estatal dependente", ou seja, tenha viabilidade econômica para se manter financeiramente sem depender de recursos públicos. Ela também projeta que, em dois anos, a fábrica esteja vendendo e fornecendo semicondutores ao mercado.
"O grande desafio é descobrir os nichos de mercado que estão disponíveis. Não será de alta complexidade, mas serão os setores automotivo e de transição energética, com hidrogênio verde e biomassa", acrescentou Luciana. "A inovação tem a fase da pesquisa e desenvolvimento, depois tem o amadurecimento, também chamado de 'vale da morte', quando precisa do papel do indutor do Estado, para depois caminhar com os próprios pés", disse.
Também à Rádio Gaúcha, o atual gestor, Augusto Cesar Gadelha Vieira, informou que o próximo passo é consolidar o plano de trabalho com dados mais assertivos do mercado. Isso servirá para projetar a linha de atuação da estatal, como o que produzir e para quem vender.
Com 70 funcionários atualmente, o quadro deve aumentar em 50 pessoas. A ampliação deve ocorrer, inicialmente, por contratação temporária e, depois, por concurso.
Pelo que o governo federal informa, a tecnologia da Ceitec mudará o foco do silício para o carbeto de silício. Segundo o presidente da Associação dos Colaboradores da Ceitec (Acceitec), Silvio Luis Santos Júnior, seria a demanda maior da transição na indústria automotiva e de energias, citando semicondutores necessários para fabricação de aerogeradores, usados para geração eólica.
Fonte: GZH
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