top of page
Buscar
João Eichbaum

RENDOSO TEATRO MAMBEMBE - CRÔNICA DE JOÃO EICHBAUM


A politicalha brasileira, que alguns, inadvertidamente, chamam de política, está no ponto do “script” certo para peças de teatro de circo mambembe. Tem amor à primeira vista, paixões a perder de vista, safadezas mil, e corneadas a valer. Os atores principais são o Legislativo e o Executivo. E, de vez em quando, faz alguma pontinha o Judiciário, quer na jurisprudência, que hoje é uma, mas ontem foi outra, quer em palpites de seus membros, que adoram repórteres e microfones.


Nas últimas semanas, o dinamismo cênico foi de estarrecer. Omar Aziz, um filho de estrangeiros que governou o Amazonas, e Renan Calheiros, o príncipe herdeiro das Alagoas, cumpriram à risca o papel que lhes coube de moralistas, donos da ética e da verdade. O primeiro vituperou contra o “lado podre” das forças armadas, e Renan deu de ombros para a reação das mencionadas forças, recitando em tom de desdém: “ninguém tem medo de quarteladas”.


Na parte que cabia ao Executivo, esse, através de seu ator principal, Jair Bolsonaro, trombeteava aos quatro ventos: “sem voto impresso e auditável, não haverá eleições”. E uma voz que parecia vir lá do fundo dos camarins, ameaçava: “é crime de responsabilidade, impedir eleições”. Era o Judiciário, no papel que, na peça, cabia ao ator Barroso.


Da Casa Civil, o general Ramos dava sinal de que queria também “voto impresso e auditável”. Aí entra em cena o Legislativo com o ator Lira, pedindo a cabeça, não só do Ramos, como do Ônix Lorenzoni.


Mas nesse ínterim, o Estadão, no papel de câmera, botou na boca do general da Defesa, as mesmas palavras de Bolsonaro. O general desmentiu. Mas nem precisava: ao contrário de Getúlio Vargas que, quando viu a coisa preta, se mandou para o outro mundo, Bolsonaro, desarmado, estava entregando cabeças e se entregando ao Centrão, para ajeitar as eleições, como sempre fizeram as velhas raposas da politicalha.


Enquanto isso, o povo que escolhe os atores e arma o palco, mas paga o ingresso para a moça que está na bilheteria, chamada Receita, ficava pasmo ao saber da renda semestral recorde, fruto do seu trabalho, que será repartido entre os atores: R$ 881.996 bilhões!!!!


João Eichbaum, é escritor e cronista


0 comentário

Comentários

Não foi possível carregar comentários
Parece que houve um problema técnico. Tente reconectar ou atualizar a página.
Banner-superior---980px-largura-X-135px-altura.png
Caixinha de perguntas Start.png
bottom of page