No mês passado, em videoconferência emergencial para tratar sobre estratégias para conter a proliferação do Aedes aegypti no RS, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, chamou a população gaúcha para, neste momento de pandemia de coronavírus, "ficar em casa e aproveitar o tempo para limpar o pátio". A frase buscava conscientizar a sociedade sobre a importância das medidas de prevenção no combate vetor de doenças como a dengue, a febre chikungunya e a zika.
O mais recente Informativo Epidemiológico, divulgado nesta semana durante a criação do Centro de Operações de Emergências, pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), aponta 5.790 casos de dengue, sendo 5.625 autóctones e 165 importados.
O RS já registra oito óbitos por esta doença em 2021. Ao todo, já são 144 municípios em alerta, conforme o levantamento dos índices da presença do inseto realizado pela Divisão de Vigilância Ambiental do CEVS. E, assim como no restante do País, os casos de dengue autóctones registrados no RS em 2021 apresentaram sintomatologia clássica, com prevalência de febre, mialgia e cefaleia.
Casos confirmados
Neste mês, a Vigilância em Saúde de São Leopoldo confirmou o primeiro caso autóctone de dengue do ano na cidade. Ou seja: foi contraído dentro do Município.
A paciente é uma mulher de 30 anos, moradora do bairro Feitoria. No final de abril, foi diagnosticado também o primeiro caso da doença na cidade. Era de uma moradora do Centro que contraiu o vírus ao visitar os pais em Severiano de Almeida, no Norte do Estado.
Em todo o ano passado foram seis casos de dengue confirmados no Município, segundo a Prefeitura. Antes do caso confirmado em abril deste ano, a última ocorrência havia sido registrada em maio de 2020. A Secretaria Municipal da Saúde (Semsad) leopoldense segue trabalhando em ações de orientação e aplicação de veneno no entorno das áreas com casos confirmados ou suspeitos.
Pesquisa Vetorial Especial na agenda em São Leopoldo
A prática de aplicação de veneno no entorno das áreas com casos confirmados, que está em andamento em São Leopoldo, é chamada de Pesquisa Vetorial Especial (PVE), indicada pelo Ministério da Saúde como ação de bloqueio. A Prefeitura leopoldense reforça que apesar da pandemia, as equipes mantiveram os trabalhos preventivos em diferentes pontos da cidade.
Diariamente, pontos estratégicos como borracharias, ferros-velhos, floriculturas e cemitérios são vistoriados por agentes de combate às endemias. Ainda que as vistorias nas residências não estejam acontecendo por conta das restrições impostas pelo coronavírus, a Semsad reforça que é de extrema importância que os moradores do Município continuem tomando todos os cuidados e medidas, evitando assim o risco do surgimento de possíveis criadouros para o mosquito Aedes aegypti.
Muita mobilização e Centro de Operações do RS
O Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para o enfrentamento à dengue, chikungunia, zíka virus e febre amarela no Estado foi oficializado nesta semana em ato virtual reunindo representantes de órgãos e instituições que o integram. "Precisamos de uma grande mobilização para reduzir a crescente circulação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses em áreas urbanas", afirma, via comunicação do Estado, a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
De acordo com ela, "é necessário o envolvimento não só dos gestores públicos, mas de toda a comunidade". Neste ano, o Estado já declarou Emergência em Saúde Pública devido à circulação do vírus da Febre Amarela e orientou a intensificação da vacinação contra esta doença. A SES também publicou um manual de prevenção ao Aedes direcionado para os serviços da Atenção Primária nos municípios.
Preocupação na vizinhança
Moradora do bairro Feitoria, a dona de casa Rosa Santana, 64 anos, diz ter ficado preocupada ao saber do caso de dengue confirmado nas redondezas de onde ela reside com o marido e um filho, destacando a necessidade de atenção redobrada.
"Coloquei areia em todos os potes das plantas. Como aqui em casa apareceu muito mosquito no verão, já estávamos bastante preocupados. Agora, com a confirmação de um caso, ainda mais."
Vizinha de Rosa, a auxiliar administrativo Milena Aguiar da Costa, 42, também reforçou os cuidados. "Fiz uma vistoria no pátio e acabei com tudo o que podia servir para juntar água parada."
Medidas básicas para adotar em casa
• Tampe tonéis e caixas d'água;
• Lixeiras sempre tampadas;
• Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
• Limpe ralos e canaletas;
• Atenção com bromélias, babosas e outras plantas que podem acumular água;
• Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
• A água da piscina deve ser tratada o ano inteiro;
• Deixe lonas bem esticadas, para evitar formação de poças d'água;
• Guarde os pneus em local coberto ou fure-os para que não acumulem água;
• Não deixe água da chuva acumulada em qualquer lugar;
• Deixe garrafas viradas com a boca para baixo.
Fonte: Jornal VS
コメント