Uma operação conjunta resultou na prisão de seis suspeitos de extorsão mediante sequestro em São Paulo. O refém era um caminhoneiro de 28 anos, natural de Novo Hamburgo. A ação ocorreu no final de semana, mas foi divulgada na tarde desta segunda-feira (14).
Foi a esposa da vítima que entrou em contato com a 1ª Delegacia de Repressão a Roubos (1ª DR), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ela relatou que, na última quinta-feira (10), o marido teria sido chamado para buscar uma carga na Capital paulista, mas foi sequestrado ao chegar no local.
A mulher recebia mensagens com extorsões, vindas do celular do companheiro. Nos contatos, os criminosos também enviavam imagens do homem amarrado. Eles exigiam R$ 40 mil, sob ameaça de matar a vítima caso o montante não fosse transferido via Pix.
De acordo com o titular da 1ª DR, João Paulo de Abreu, os sequestradores usaram um site de fretes para fingir que eram contratantes e atrair a vítima do Rio Grande do Sul para São Paulo. O caminhoneiro chegou ao destino na sexta-feira (11), quando foi até o local combinado para buscar a suposta entrega e acabou sendo feito refém.
"A vítima aderiu a um falso pedido de frete, que havia sido anunciado em uma plataforma online. Infelizmente, tem sido cada vez mais comum que aplicativos e sites sirvam para o uso de criminosos. Já contatamos a empresa responsável pelo portal, para exigir esclarecimentos sobre o ocorrido”, afirmou o delegado João Paulo de Abreu.
O caminhoneiro foi resgatado no início da madrugada de sábado (12), por volta das 0h30. A operação, além dos agentes gaúchos, também contou com policiais civis de SP, através da Delegacia Antissequestro (DAS) do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE).
Não houve pagamento de nenhum valor para o resgate. Conforme João Paulo de Abreu, por meio do celular da vítima e da ação conjunta com policiais paulistas, foi possível rastrear o cativeiro, que era um imóvel na região conhecida como Vila Nova Jaraguá.
O titular da 1ª DR adiciona que os sequestradores tentaram fugir e abandonaram a vítima, mas acabaram sendo presos no entorno do local. O caminhoneiro estava em bom estado de saúde, porém traumatizado. Ele se recupera após ter sido alvo de agressões e ameaças de morte.
A investigação ainda não apontou indícios de relação direta entre os suspeitos e o grupo criminoso paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). Entretanto, foi apurado que, antes de migrar para sequestros, a quadrilha atuava no tráfico de drogas.
"Sabemos que os sequestradores eram traficantes. Eles simplesmente mudaram o ramo de atuação, do tráfico para sequestros. Isso é algo que está acontecendo com frequência, porque o crime organizado já percebeu que é fácil fazer vítimas através de aplicativos e sites”, ponderou o delegado João Paulo de Abreu.
Fonte: Correio do Povo
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