A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (23), uma operação integrada contra grupo investigado por crime ambiental e estelionato, em Viamão. Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, além de quebra de sigilo telefônico e restrição judicial de veículos.
Intitulada Operação Kings of Trash, a ofensiva foi coordenada pela Delegacia do Meio Ambiente (Dema) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e Secretaria de Meio Ambiente de Viamão.
São investigados crimes contra a flora e poluição, ocasionados por descarte irregular de resíduos, e o parcelamento de solo para fins comerciais em Área de Preservação Ambiental.
Conforme a Polícia Civil, os delitos são praticados por um grupo criminoso integrado por, pelo menos, dois empresários locais do ramo de mercados, que possuem relação com empresas de recolhimento de resíduos popularmente conhecidas como "disque entulhos".
A apuração da polícia aponta que também há indícios de crime de estelionato cometido contra moradores do local. De acordo com a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Deic, os comerciantes investigados indevidamente se diziam "donos" de Áreas de Preservação. A investigação apurou que esses comerciantes captavam e gerenciavam "caçambeiros" para aterrar o solo da área verde com lixo, a fim de vender os terrenos para construção residencial.
Preliminarmente, o relatório de vistoria com parecer técnico, produzido por geólogo da prefeitura de Viamão, constatou disposição irregular de diversos tipos de resíduos sólidos. Os detritos somam um montante estimado de 15 mil metros cúbicos de lixo.
A área investigada fica próxima a locais já alvos de operação da polícia. A Dema alerta que, além da prática ilegal do crime ambiental de poluição, por meio da disposição irregular de resíduos, o parcelamento irregular de solo para fins residenciais, figura como atividade altamente degradante ao meio ambiente, que pode ocasionar futuros desastres naturais que colocam vidas humanas em risco.
Fonte: GZH
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