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Foto do escritorMariana Santos

Pazuello culpa hacker por divulgar app e receitar cloroquina a pacientes




Foto: Divulgação

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse na CPI da Pandemia que o aplicativo TrateCov, desenvolvido pelo governo federal para tentar detectar diagnóticos de covid-19, foi hackeado e tornado público, além de se tratar de um protótipo.


“Naquele dia que foi apresentado o roubo dessa plataforma, foi feito um B.O. [boletim de ocorrência]. Ele foi hackeado, puxado por um cidadão. Ele foi descoberto. Ele pegou esse diagnóstico, alterou com dados lá dentro e colocou na rede pública. Quem colocou foi ele, tem todo o boletim de ocorrência”, justificou o ex-ministro, dizendo que no dia em que foi descoberta a fraude, mandou “tirar do ar imediatamente”.


Na primeira parte do depoimento de Pazuello à comissão, na última quarta (19), a ideia do aplicativo foi desenvolvida pela secretária de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde Mayra Pinheiro - que teve seu depoimento reagendado para 25 de maio. Ela é conhecida como “Capitã Cloroquina” nas redes, por defender o uso do "Kit Covid", uma série de remédios que não tem eficácia científica comprovada contra o coronavírus e ainda oferecem riscos.


Pazuello havia dito que o app era um “protótipo”, mas o Ministério da Saúde divulgou o programa em favor da orientação precoce. Reportagem da TV Brasil, canal estatal, de 19 de janeiro, mostrou o lançamento oficial do TrateCov em Manaus, fato lembrado pelo presidente da comissão Omar Aziz (PSD-AM).


“Esse programa que o ministro Pazuello fala que foi hackeado, ele foi hackeado e colocado na TV Brasil pra vocês terem uma ideia. Na TV Brasil, hein? O hacker é tão bom que ele conseguiu colocar o programa, uma matéria extensa na TV Brasil”, ironizou.


“Era muito interessante que tivéssemos um diagnóstico mais rápido. Não havia essa ferramenta disponível. A gente queria levar uma coisa mais rápida para lá”, disse Pazuello nesta quinta.


O TrateCov foi retirado do ar em 21 de janeiro, após pedido do Conselho Federal de Medicina apontando inconsistências no programa que induziam à “automedicação e interferência na autonomia dos médicos.


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