Em sua Teoria da Relatividade, Albert Einstein, intriga-nos sobre sua reflexão entre o tempo e o espaço. Mais precisamente nos apresenta os conceitos de: dilatação do tempo e compressão do espaço. Mas como entender isso?
A teoria original nos diz que quanto mais nos aproximarmos à velocidade da luz o tempo passa mais devagar para nós (por isso o nome dilatação do tempo). A compressão do espaço deriva-se da mesma lógica, só que com análise inversa.
Quando somos criança a passagem do tempo costuma ser importante para nós: queremos crescer, ter independência, viver a vida da maneira que se quer (em especial para quem tem origem em famílias mais conservadoras). A gente acha que adulto faz tudo que quer.
O tempo tem relação com o conceito de algo de valor que a gente está fazendo. E o tempo verbal está certo, está fazendo, pois não está associado ao que se fez, ao que se faz ou ao que se fará. Tem relação com o que se está fazendo. E o quão mais intrigante, mais divertido, mais importante se está fazendo, maior costuma ser nossa sensação de felicidade, e a vontade de continuar fazendo. Quanto mais se gosta do que se faz, mais se perde a noção do tempo passar. É como se estivéssemos presenciando a dilatação do tempo de Einstein, mas lamento dizer a vocês que essa sensação não tem nada a ver com o conceito dele. Essa sensação do tempo passar, tem a ver com o conceito de Flow, que escrevo sobre ele em alguma próxima coluna.
Certa vez eu passei na obra de restauração do Mercado Público da cidade onde moro. Vi ali os operários trabalhando e resolvi perguntar a um deles: como está o trabalho?
- o primeiro respondeu: está um horror, estou aqui trabalhando nesse calor, um trabalho horrível, esse cimento que destrói minhas mãos, mas tenho que sustentar minha família;
Fiquei preocupado, pois logo as pessoas adoecem trabalhando assim, resolvi perguntar a mais um, nas mesmas condições de trabalho do primeiro:
- o segundo respondeu: estou fazendo meu trabalho, é o que eu sei fazer, capricho para continuar e me manter;
Intrigado com as diferenças de atitudes, resolvi perguntar a mais um:
- o terceiro respondeu: estou ajudando a reconstruir a história da minha cidade e em troca eu e minha família garantimos uma condição melhor de vida.
QUANDO VOCÊ TEM UM PROPÓSITO O TEMPO NÃO É MAL GASTO, NÃO É MAL VISTO, NÃO É MAL VIVIDO, NÃO É VILÃO.
Será que a teoria de Einstein também se aplica à baixas velocidades? Ou será que estamos vivendo em alta velocidade e já nem percebemos?
O TEMPO É TÃO RELATIVO, MAS TÃO RELATIVO QUE QUANDO EU ERA JOVEM EU OLHAVA PARA ALGUEM COM MAIS DE 40 ANOS E JÁ ACHAVA VELHO... HOJE ESTOU COM 40 E POUCOS E PENSO: COMO EU ME SINTO JOVEM, TALVEZ EU COMECE A MUDAR QUANDO PASSAR DOS 60.... E AO MESMO TEMPO VEJO PESSOAS COM MAIS DE 60 INICIANDO PROJETOS NOVOS E FAZENDO MUITAS COISAS QUE JOVENS NÃO FAZEM.
O tempo é um enigma...
Por um lado é um amigo, por outro é um atormentador.
Maicon Nachtigall, é físico, palestrante e analista comportamental
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