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O Brasil que quase deu certo: Barão de Mauá, um abolicionista a frente de seu tempo


Irineu Evangelista de Sousa, gaúcho nascido em Arroio Grande, em 1813, perdeu o pai muito cedo e, com apenas 9 anos de idade, foi levado pelo tio para morar no Rio de Janeiro. Lá, foi trabalhar no comércio e, pouco tempo depois, já dominava os segredos da contabilidade revelando talento incrível para o cálculo.


Aplicado e estudioso, Irineu impressionou um dos empresários para quem trabalhou. O Barão de Mauá foi o maior empresário provavelmente que o Brasil teve em toda a sua história. Ele construiu, nos anos do Império, entre 1846 e 1880 um gigantesco empreendimento que incluía ferrovias, companhias de navegação, companhias de iluminação a gás, sistema de esgotos, de bondes e contava com empresas em seis países que ele dirigia a partir do Rio de Janeiro.


Ferrenho defensor do trabalho assalariado, colocou em prática um sistema de participação nos lucros para os funcionários em plena sociedade escravista do século 19. Nunca empregou trabalho escravo, ajudava na alforria de muitos, protegia os fugitivos e tinha em suas empresas muitos ex-escravos. Sua fórmula de libertação dos escravos não era em nada romântica ou sentimental, mas prática, procurando resolver o problema pelo lado racional e econômico.


"Sou ambicioso em ver desaparecer o elemento escravo da organização social do meu país. " Essas palavras levantaram sussurro na época em que foram proferidas; Mauá acreditava que, através das Leis Abolicionistas, da instituição do ensino agrícola, da população de escravos alforriados e do fomento de novos mercados de trabalho voltados a Industrialização, o Brasil iria ser uma grande potência.


Suas propostas contrárias à escravidão não eram bem vistas. Seu posicionamento público contrário a escravidão resultou em inúmeras sabotagens contra seus negócios e o criminoso Incêndio ao seu estaleiro em 1857. Os feitos de Irineu Evangelista lhe renderam o título de Barão e depois de Visconde de Mauá, porém somadas a sabotagem, a mentalidade retrógrada, a politicagem e a legislação brasileira não ajudavam muito nos negócios e levaram as empresas do gaúcho à falência.


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