O número de mortos da Covid-19 é “uma tragédia profunda e um enorme fracasso global em vários níveis”, disse a Comissão Lancet em um relatório divulgado na última quarta-feira (14). “Muitos governos falharam em aderir às normas básicas de racionalidade institucional e transparência, muitas pessoas — muitas vezes influenciadas por desinformação — desrespeitaram e protestaram contra precauções básicas de saúde pública, escreveram.
A Organização Mundial da Saúde diz que mais de 6,4 milhões de mortes por covid foram relatadas até o último domingo (11). No entanto, alguns especialistas dizem que o número verdadeiro provavelmente será muito maior do que esse índice.
Falhas reconhecidas
Entre as falhas identificadas pela comissão estavam a falta de notificação oportuna do surto inicial e “atrasos dispendiosos” no reconhecimento da propagação do vírus no ar. Também a falta de coordenação entre os países em torno das estratégias de supressão, o fracasso dos governos em examinar as evidências e adotar melhores políticas para controlar e gerenciar a pandemia e a falta de fundos para países de baixa e média renda.
Além disso, a distribuição desigual de produtos básicos, a falta de dados, a má implementação das normas de biossegurança no período anterior à pandemia, o fracasso no combate à desinformação e a falta de redes de segurança para populações vulneráveis.
Lição da pandemia
“A lição abrangente da pandemia da covid é a necessidade de preparação nacional junto com cooperação global e ação concertada”, escreveu a comissão. “A maioria dos países carece de planos significativos de preparação para pandemias”, acrescentaram.
A comissão também mencionou que a OMS “agiu com muita cautela e lentidão em várias questões importantes”. Entre eles, o alerta sobre a transmissibilidade humana do vírus e a declaração de emergência de saúde pública de interesse internacional. Muitos governos também demoraram a reconhecer a importância do surto como ficou conhecido e a responder com urgência.
Além das falhas organizacionais e governamentais, houve oposição pública às medidas sanitárias e sociais que “prejudicaram seriamente” o controle da epidemia.
Fonte: O Sul
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