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Foto do escritorGustavo Bays

"Não falamos de nenhum privilégio, mas uma reparação, uma equidade", defende secretária Nadir Jesus

Atualizado: 24 de nov. de 2023


Nesta quarta-feira (22), o Programa Start News recebeu a secretária de Direitos Humanos de São Leopoldo, Nadir Jesus, e a chefe do Departamento de Igualdade Racial da Sedhu, Adriangela Cabral, que comentaram sobre as temáticas do Novembro Negro.


A secretária Nadir Jesus começou enfatizando a importância do Novembro Negro. "Gostaria que todo mês fosse novembro para que nós pudessemos debater, refletir e realmente acabar com o racismo. Racismo é crime, quando se comete, está sujeito à punição e os crimes têm de ser combatidos", declarou.


Em seguida, Adriângela seguiu falando da importância do respeito às diferentes culturas. "Não devemos aceitar de maneira prévia esse conhecimento que vem só de uma cultura. O Brasil está mudando a partir do momento que nós conseguimos alcançar alguns polos do poder. Por exemplo, eu estou aqui porque uma mulher negra me viu, que foi a Nadir, e me trouxe pra esse espaço. Trabalhamos na gestão para ressignificar vários espaços, por isso nós lançamos o Selo São Leopoldo Sem Racismo. Racismo já é crime, injúria racial também já é crime, mas na prática a gente tem que estar sempre cobrando", salientou.


Nadir aproveitou o momento para agradecer o prefeito Ary Vanazzi pelo compromisso com a comunidade negra. "A Secretaria de Direitos Humanos trabalha em diferente segmentos.

Não tem nenhuma pauta que seja mais importante que a outra, mas temos que fazer um recorte étnico-racial, pois essa questão mata as pessoas. Traz a impossibilidade de concluir seus estudos, de trabalhar com dignidade. Essa escravidão existe ainda, se eu chegar no mercado serei só mais uma mulher preta, sujeita a dúvidas por parte dos funcionários", declarou.


A secretária também aproveitou para comentar a falsa denúncia de racismo feita por um dono de pastelaria de Campo Bom na semana passada. "Está errado, mas ele não pode ser visto como um caso generalizado, não podemos nesse caso isolado dizer que o racismo não existe", avaliou.


Em seguida, a chefe do Departamento de Igualdade Racial enfatizou a importância de se respeitar o lugar de fala. "Faz parte da situação atual nós discordarmos um do outro, isso faz parte do jogo. Agora, apagar um sentimento de um lugar de fala de uma mulher preta, isso não. Lugar de fala todos nós temos, eu vou falar do meu lugar de fala como mulher negra, não estamos aqui para afrontar ninguém. O Brasil esta mudando, quem não se adaptar vai ficar para traz", pontuou.


Nadir seguiu na mesma linha da conversa. "A gente evoluiu, hoje temos bancadas negras nos ambientes políticos. A gente fica contente com as evoluções, eu fui a primeira vereadora negra dessa cidade, fui a primeira professora da minha família. Outras mulheres negras e indígenas também podem estar nesses espaços fazendo debates étnicos-raciais", garantiu.


Adriângela aproveitou para falar de um caso pessoal. "Eu não rompi o ciclo na minha família por cotas, eu moro na Ocupação Justo porque fui obrigada para poder estudar, mas não é legal morar num lugar onde não tem saneamento básico. Precisamos retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro", disse Adriângela. Ela também projetou um sonho que gostaria de ver pela cidade. "Quero andar por São Leopoldo e ver estátuas também de pessoas negras", pediu.


"Eu não tenho problema com o racismo, não fui eu que criei, tenho problema com as consequências. Que todas as pessoas possam ter seus direitos garantidos. Não falamos de nenhum privilégio, mas uma reparação, uma equidade", finalizou Nadir. A gravação completa do Programa Start News está disponível nos canais da TV Start News no YouTube e Facebook.


Confira a entrevista completa:

Gustavo Bays, da Redação Start

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