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Foto do escritorGuilbert Trendt

Nostalgia: confira como é andar de Carrossauro, opção de passeio por Tramandaí há mais de três décadas


Imagem: Camila Hermes/ Agência RBS.

Há 31 anos, o Carrossauro é opção garantida de passeio em Tramandaí, no Litoral Norte. A carreta para passageiros, puxada por um caminhão, destaca-se pelo tom azul-piscina com letras coloridas e personagens de desenhos como Turma da Mônica, Flintstones e Mickey – além, claro, de dinossauros – na carroceria. A reportagem de GZH foi conferir como é um passeio pelo célebre transporte da cidade na manhã ensolarada desta terça-feira (2).


Existem duas linhas no Carrossauro: Bairro São Francisco e Protásio Alves-Barra – ambas passam pelo centro e pela praia. As partidas ocorrem de 15 em 15 minutos. A reportagem embarcou na última, mais utilizada pelos turistas. Como o transporte é circular, o passeio começou e terminou na Avenida Emancipação, uma das principais da cidade. A linha perpassa o calçadão, o centro, bairros residenciais e a beira da praia e segue próximo à barra de Tramandaí.


Os passageiros sobem e descem do Carrossauro no ponto que acharem mais conveniente – com exceção da Avenida Fernandes Bastos, onde há paradas de ônibus. O veículo costuma ser utilizado para passeios turísticos e para ir ou voltar da praia.


As aberturas nas laterais permitiam que uma brisa gostosa soprasse pela carreta. De dentro, os passageiros podem observar o movimento, o comércio e as diferentes construções e residências da cidade.


O veículo passeia em uma velocidade lenta, até para que os passageiros possam apreciar a vista – a mais bela, claro, é a da praia. Em seguida, o Carrossauro adentra a barra, uma das regiões mais antigas de Tramandaí, tradicionalmente habitada pelos pescadores e não tão frequentada pelos turistas. Há alguns anos, o veículo chegava a passar na beira da laguna, mas teve de mudar a rota devido ao estacionamento irregular de veranistas, algo que dificulta a locomoção.


O serviço funciona de outubro a maio, com mais veículos na alta temporada. Ao longo dos anos, conseguiu fidelizar clientes. A aposentada Maria de Lourdes da Silva, de 79 anos, anda de Carrossauro todos os dias. Ela se mudou de São Leopoldo para Tramandaí há oito anos, e, há pelo menos dois, tem esse hábito.


"A coisa mais boa que tem é pegar isso para passear. Vou até a praia e depois volto a pé. Eu acho tranquilo, e a gente fica conhecendo pessoas, não é um ambiente fechado. A gente vai olhando tudo o que é bonito aqui em Tramandaí", contou.


O carro da família Sauro


Esse tipo de serviço já existe há mais de 70 anos em Tramandaí – era conhecido, antigamente, como Dindinho. Proprietário do Carrossauro, Paulo Ricardo Souza, de 64 anos, foi cobrador do Dindinho há mais de 50 anos, quando tinha 12. Posteriormente, assumiu os negócios com uma nova empresa e veículo, já depois da sua aposentadoria. Ele revelou a origem do nome. "Quando inventamos o serviço, estava na moda o desenho da Família Dinossauro, muito famoso na época, e pintei nas laterais os desenhos. Daí se deu o nome de Carrossauro, tipo o carro da família Sauro", contou o proprietário.


Conhecido pela cidade, Souza cumprimentava moradores durante o passeio e conversava com os passageiros. Ele, que é policial aposentado, fez questão de enaltecer sua equipe. "É uma pequena empresa, mas que gera um número bacana de colaboradores, e a empresa preza muito pelos funcionários, tanto que temos alguns com 20 anos de casa, outros com 18. Sinal de que alguma coisa boa acontece", explicou.


O Carrossauro costuma ser mais procurado aos finais de semana, mas, durante o verão, "bomba" à tarde. Neste verão, Souza tem percebido a presença de muitas pessoas novas na cidade no veículo. O serralheiro Eneias Staudt, de 35 anos, de Feliz, e a faxineira Marlene Henz, de 31, de Bom Princípio, vieram passar a virada do ano em Tramandaí e aproveitaram para realizar o passeio turístico pela primeira vez nesta manhã, com a filha no colo. A família garante que indicará a experiência a outras pessoas.


"Nós estamos em um apartamento aqui na frente, a gente via sempre o caminhão vindo e hoje decidimos dar uma volta. Os lugares que eles passam são muito bons, muito bonitos também", avaliou Staudt.


"Gostamos, tem vários lugares que pode conhecer, porque a gente só vai em avenidas, e assim a gente conhece outras ruas também. É bem bom", complementou Marlene.


O trajeto é rápido: dura de 35 a 40 minutos, em condições normais. Trata-se de um passeio agradável para curtir tanto sozinho quanto acompanhado, permitindo aos passageiros conhecer e observar pontos não tão frequentados no dia a dia do veraneio.


Serviço

  • Carrossauro;

  • Partidas de 15 em 15 minutos, em qualquer ponto;

  • Duração de 35 a 40 minutos em condições normais;

  • Valor: R$ 6 em dinheiro. Pessoas com deficiência, policiais militares, fiscais e funcionários dos Correios e da prefeitura são isentos. Há acessibilidade em todos os veículos.


Fonte: GZH

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