Dia 26 de outubro é o dia do metroviário, categoria que transporta 3 milhões de trabalhadores gaúchos por mês. O serviço é essencial e não parou durante a pandemia. Mas o governo Bolsonaro quer privatizar a Trensurb, fazendo com que a tarifa aumente e piore a qualidade do serviço. Este desmonte do sistema metroviário só beneficia a indústria automobilística e empresas de transporte rodoviário. Assim como a saúde, a educação e o saneamento básico, o transporte é um direito de todos, está na constituição. O direito ao transporte é uma extensão natural do direito à cidade.
Enquanto alguns setores puderam se adaptar ao home office e ao isolamento social, o trem não parou, levando os trabalhadores de Porto Alegre a Novo Hamburgo. Os metroviários seguiram lutando por condições seguras para trabalhar. O Sindimetrô RS exigiu junto à empresa medidas preventivas para segurança dos funcionários, como testagem, vacinação da categoria como grupo prioritário, circulação de trens acoplados para diminuir a superlotação, implementação de protocolos de segurança e higienização, além da disponibilização de equipamentos de proteção pessoal para funcionários e usuários. A resistência da empresa foi denunciada pelo sindicato, garantindo a testagem dos funcionários onde a empresa faltou, até que a Justiça obrigasse a Trensurb a mudar de posição. Não esqueceremos de Giovani, Eduardo, Vilmar e Alexandre, quatro colegas que perderam suas vidas pelo covid-19, enquanto o governo dificultava o acesso e distribuição de vacinas aos brasileiros.
Em junho, servidores públicos do Ministério da Saúde fizeram denúncias que expuseram um esquema de corrupção envolvendo a importação da vacina indiana Covaxin. As várias ameaças sofridas internamente só foram enfrentadas porque a estabilidade do trabalho independe das pressões políticas que cerceiam a integridade de órgãos que prestam serviços públicos. O direito de estabilidade no funcionalismo público está ameaçado pela Reforma Administrativa de Paulo Guedes e Bolsonaro.
Em meio à precarização e ataques aos direitos trabalhistas, os metroviários lutaram para garantir suas conquistas históricas. Por quatro meses em negociação com a Trensurb, a categoria resistiu e renovou seus acordos coletivos de trabalho. Somente a luta organizada e coletiva pode mudar o rumo dos duros ataques ao povo brasileiro neste momento.
A privatização é o caminho para a entrega de bilhões do patrimônio público para empresas que colocam o lucro acima das pessoas. Privatizar não é a solução, é a entrega do serviço público na mão da ganância de empresários. No Rio de Janeiro, onde o metrô é privado, a passagem custa R$ 5,80, é a mais alta no país. O Sindimetrô RS defende a tarifa social, a exemplo de mais de 100 cidades ao redor do mundo que implantaram essa solução para a mobilidade urbana. Luxemburgo foi o primeiro país a adotar transporte público gratuito para todos os cidadãos em 2020. Privatizar significa a piora na qualidade do serviço, mais acidentes e tarifa mais cara. Defenda o trem público, valorize os metroviários!
#PRIVATIZAR É O FIM DA LINHA
Sindimetrô-RS
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