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Narrando os 200 anos da Imigração alemã: 24º Capítulo - O capital social e seu legado


Imagem: acervo do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo

Conforme pesquisa realizada nos meses de janeiro a maio de 2006, utilizando-se como fonte cartório, secretarias municipais, conselho de desenvolvimento da comunidade, imprensa e outros, verificou-se a existência de mais de 1.500 organizações sociais, de diferentes tipos, podendo constituir-se num indicativo da permanência de um estoque de capital social em São Leopoldo.


Este indicativo baseia-se nos estudos de Putnam (2002, p. 186) que afirma que, “os estoques de capital social, como confiança, normas e sistemas de participação, tendem a ser cumulativos e a reforçar-se mutuamente”, de modo que quanto mais for usado mais tende a aumentar e pode irradiar-se por várias gerações.


Assim, o capital social formado historicamente a partir da colonização de São Leopoldo – com a organização social dos imigrantes alemães fundamentasse no conceito de capital social definido por Coleman (1988, p.95) como “(...) a habilidade das pessoas trabalharem juntas em grupos e organizações para atingir objetivos comuns” .


Nesse sentido, as transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas ao longo das últimas décadas alteraram as tradicionais formas de expressão do capital social e o número de organizações sociais constituídas em São Leopoldo pode ser um indicador disso.


No entanto, deve-se levar em consideração a principal diferença do capital social em relação a outras formas de capital como físico, cultural e humano que é a sua intangibilidade, pois o capital social está presente nas relações sociais.


Tanto os estudos de Putnan (2002) quanto os de Coleman (1988) apontam que o capital social é um recurso que, como outras formas de capital, pode ser acumulado.


Entre os principais benefícios apontados, na área econômica e empresarial, Lazzarini, Chaddad e Neves (2000), ressaltam a importância do capital social para o desenvolvimento com a redução dos custos de transação, a maior oferta de microcrédito por parte de grupos de solidariedade e a geração de externalidades positivas pelas redes de relações interpessoais.


Também, o capital social contempla a multiplicidade dos fatores intervenientes no processo e suas relações e aparece como uma alternativa à tradicional teoria e prática de desenvolvimento predominante até a década de 1980, que o tomava como sinônimo de crescimento econômico (visão desenvolvimentista adotada pela CEPAL e pelo governo brasileiro dos anos 50 aos 70).


A partir dessa mudança de paradigma sobre o conceito de desenvolvimento, verificou-se o debate sobre capital social como estimulador de uma nova percepção do ser humano como ator social capaz de promover, através das relações sociais e de confiança mútua, o desenvolvimento econômico, social e político.


Dessa forma, ao se analisar o desenvolvimento de um município ou de uma região, um número crescente de autores tem demonstrado a importância de considerar a contribuição do capital social: dos fatores histórico-culturais, das relações institucionalizadas, da capacidade de organização, das alianças formadas entre os atores sociais e da confiança recíproca, do sentimento cívico, da capacidade do estado em estimular a participação política dos cidadãos e apoiar ações que visem o fortalecimento das ações com as diversas teias que

compõem a sociedade de forma justa e igualitária.


No processo contemporâneo de desenvolvimento interferem como condicionantes, as configurações históricas regionais, sociais e físico naturais, específicas de cada caso, as quais se projetam casualmente sobre o processo de desenvolvimento regional inclusive sobre a sua dinâmica regional.


Conclusão


Apesar do estudo sobre Capital Social e Desenvolvimento em São Leopoldo estar em andamento, verificou-se a existência de mais de 1.500 organizações sociais, podendo constituir-se num indicativo da permanência de um estoque de capital social. Assim, a acumulação desse capital social expresso pelas organizações sociais pode representar uma nova forma de ação coletiva com efeito positivo na promoção do desenvolvimento.


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