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Foto do escritorAndressa Deuner

Mulher acusa investigador de estupro na sala para vítimas de violência de gênero em delegacia em MS


Delegacia Civil de Sidrolândia (MS) | Imagem: Divulgação/Polícia Civil

"Não saio mais de casa, só durmo à base de remédios. Não consigo comer direito, minha vida está um caos." O relato é de uma mulher que diz ter sofrido estupro dentro de uma delegacia, na sala dedicada ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero, em Sidrolândia (MS), por um investigador da Polícia Civil, Elbesom de Oliveira, que é réu no caso.


A vítima de 28 anos, que não é de Mato Grosso do Sul, chegou ao estado por Ponta Porã (MS). Foi até à cidade de fronteira para viajar com um rapaz até São Paulo. No dia da viagem, a van em que eles estavam foi abordada em Sidrolândia. O homem viajava com uma quantia de droga na mochila. Com o flagrante, o casal foi levado até a delegacia e, no mesmo dia à noite, ela conta ter sido estuprada pela primeira vez pelo investigador.


"Ele já abusou de mim desde a primeira vez que cheguei. Cheguei de manhã, e à noite era o plantão dele. No primeiro dia, eu já fui estuprada. Na primeira noite, fui levada até a Sala Lilás [espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero]. Toda vez que tinha plantão dele, ele fazia questão de ir na cela", conta.


O policial está preso na capital na 3ª DP. O g1 entrou em contato com a defesa de Elbesom, que não se manifestou sobre o caso. A vítima comentou que, no primeiro dia, para que saísse da cela, o investigador alegou que uma prima estava em ligação. "Quando saí da cela, ele começou a me ameaçar. Disse para eu não falar para ninguém, que eu não era daqui e que, se eu fizesse alguma coisa, ninguém ia sentir a minha falta".


Após ser violentada, a vítima foi levada para a cela e conta que passou a noite em claro e aos prantos. Como o investigador apenas cobria plantões em Sidrolândia, a ida à delegacia era feita de dois em dois dias. A vítima relata que assim que Elbesom chegava na delegacia, o sentimento de medo e desespero a tomava conta. Conforme relatado pela mulher, o investigador ia até a cela onde ela estava, a chamava na grade e começava a alisá-la e a ameaçava constantemente.


O crime foi denunciado por outros presos, que pediram para falar com uma delegada após saberem da série de abusos sexuais. Para ela, os detentos disseram ter escutado a vítima chorando na noite anterior, ocasião em que ela revelou ter sido abusada sexualmente pelo investigador.


Elbesom foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) pelos crimes de estupro, importunação sexual e violência psicológica contra a vítima. A denúncia foi recebida pela Justiça do MPMS, que o tornou réu no caso.


Fonte: G1

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