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Foto do escritorAmanda Wolff

Mudança de endereço do Camelódromo de São Leopoldo gerou impactos para comerciantes

Imagem: Mariana Santos/ Start Comunicação.

Desde o dia 14 de fevereiro de 2024, o Centro Popular de Compras (CCP) de São Leopoldo, conhecido como camelódromo, passou a operar na Rua 24 Horas, no cruzamento conhecido como “Triângulo”, entre as ruas Lindolfo Collor e Saldanha da Gama. A transferência foi coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (Sedettec) e envolveu a realocação de oito permissionários que atuavam na rua João Neves da Fontoura, na quadra entre as ruas Independência e Primeiro de Março.


A Rua 24 Horas, que abrigou a tradicional Lancheria Palmeirinha por várias décadas, foi escolhida como novo espaço devido ao seu alto fluxo de pedestres e por ser um ponto estratégico na área central. A transferência encerrou um longo período de disputas entre os ambulantes e o comércio local, que reivindicavam a desocupação do espaço por conta da invasão da calçada e do impacto no trânsito. Com a mudança, a área onde ficavam as bancas na rua João Neves da Fontoura foi reformada e transformada em vagas de estacionamento da Zona Azul.


Reação dos comerciantes: insatisfação com a nova localização


Embora a mudança tenha sido planejada para melhorar a circulação de pedestres e motoristas, a reação dos permissionários realocados não é unanime. A reportagem da Start Comunicação entrevistou Stephane Vargas, de 29 anos, uma das comerciantes que migrou para o novo endereço. Ela revelou dificuldades na adaptação ao local.


“O movimento maior é nos atacados. Aqui tem uma concorrência bem grande, os preços são muito mais baixos. Quem passa aqui, às vezes, nem para”, contou Stephane. Segundo ela, a antiga localização permitia maior fidelidade dos clientes. “Lá onde nós estávamos não tinha tanta concorrência assim, quem estava lá comprava de nós”, explicou.


Além disso, a comerciante mencionou que as vendas caíram em relação ao antigo ponto. “Aqui não tá muito bom pra nós. Depende muito do ponto onde você tá. Eu era numa ponta lá, e o movimento era bem melhor. Agora ficou muito mais fraco”, disse.

Imagem: Mariana Santos/ Start Comunicação.

Stephane explicou que, enquanto alguns comerciantes relataram melhora com a nova estrutura – como os que conseguiram instalar suas bancas em formato de loja –, para outros, a mudança trouxe prejuízos. “Tem gente que até gostou, porque a loja atrai outro público. Mas pra mim e minha família, não foi bom. Lá era muito melhor pra vender.”


Ela também falou sobre datas comemorativas importantes, ressaltando a diferença no volume de vendas. “O Natal foi ok, mas nem se compara ao que era lá. O Dia das Crianças aqui não foi bom. A gente continua tocando o negócio, mas a diferença é grande”, garantiu.


Custos e promessas não cumpridas


Imagem: Mariana Santos/ Start Comunicação.

Questionada sobre a questão financeira, Stephane informou que os custos de licença permanecem os mesmos, mas que esperava melhorias que ainda não ocorreram. “A gente paga licença e tem mais alguma coisa que eu não sei dizer o nome, mas o valor não mudou”, afirmou.


A comerciante também expressou frustração com a falta de retorno ao local anterior. “O Vanazzi [antigo gestor] não prometeu que a gente voltaria. O prefeito atual, Heliomar Franco, mencionou a possibilidade de retorno, mas até agora nada concreto. Nem sei se seria no mesmo lugar ou em outro ponto próximo, mas seguimos sem resposta”, contou aflita.


Perspectivas para o futuro


Apesar das dificuldades relatadas por alguns comerciantes, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico acreditava que a nova localização traria benefícios a médio prazo. O projeto de revitalização da Rua 24 Horas, que havia sido proposto em 2019, mas não avançou, agora será retomado. Entre as melhorias previstas estão maior acessibilidade, bancos de descanso, nova iluminação e pavimentação adequada.


O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Leopoldo, Olinto Menegon, considerou a mudança positiva na época, especialmente para a requalificação do Centro. “O Triângulo é um ponto de grande fluxo e pode proporcionar um desenvolvimento maior para o comércio popular". Contudo, ele admite que ajustes serão necessários para que todos os ambulantes possam se beneficiar da nova estrutura.


Enquanto isso, os comerciantes seguem em adaptação, aguardando que o movimento melhore e que as promessas de revitalização se concretizem.


Amanda Wolff, da Redação Start

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