Moradores da Rua Odília Feliciano de Souza e seu entorno, no Bairro Santa Tereza, em Porto Alegre, tentam impedir que a sequência da via tenha o nome alterado para Olavo de Carvalho. Um projeto de lei de autoria da vereadora Comandante Nádia (PP), aprovado na Câmara Municipal em 5 de setembro, propôs denominar o logradouro 4006 com o nome de Carvalho, escritor que morreu em janeiro deste ano.
O trecho, entretanto, é considerado como parte da via que homenageia a ativista comunitária que morreu em 1995. A Rua Odília Feliciano de Souza foi denominada desta forma em 2007 após aprovação de um projeto de lei. A rua dá acesso a uma série de vielas em que não é possível ingressar com veículos, por exemplo.
A comunidade fez um abaixo assinado para solicitar que o Executivo Municipal não sancione o projeto. A versão online contava, nesta quarta-feira (14), com cerca de 14 mil assinaturas, além de aproximadamente outras 500 em papel. As assinaturas foram anexadas ao despacho protocolado à Diretoria Legislativa nesta terça-feira (13) pelo vereador Matheus Gomes (PSOL), que destaca que "o mapa da prefeitura está desatualizado".
"Destaca-se que os logradouros 4004 a 4007 são acessos à própria Rua Odília Feliciano de Souza, não sendo tais logradouros ruas de fato, intransitável para veículos, considerados becos de ligação entre a rua já citada e a Rua Orfanotrófio, e identificados pelos Correios como a rua existente, pelo qual os moradores recebem suas correspondências", cita o documento.
Projeto
O projeto de autoria da vereadora Comandante Nádia (PP) estabelece que seja denominada de "Filósofo Olávo de Carvalho" o logradouro cadastrado, localizada no Bairro Santa Tereza, cadastrado como Rua 4006. A proposta foi aprovada por 18 votos a nove. A rua batizada com o nome de Odília era, originalmente, a Rua 4003.
De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, até esta quarta-feira (14), o projeto ainda não chegou para sanção.
Houve polêmica na votação. Vereadores de partido de esquerda votaram contra o projeto, alegando que Olavo de Carvalho não tinha formação como filósofo, como constava na proposta da vereadora.
Conforme o texto, a justificativa se dá porque Carvalho "tornou-se um dos principais difusores de ideias do Brasil, sendo um grande crítico do pensamento coletivo nacional, orientado sobretudo para a autodefinição da especificidade, inclina-se a supervalorizar o popular, o antropológico e o documental acima do que chama de valores supratemporais". O escritor morreu em 24 de janeiro, aos 74 anos.
Fonte: g1
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