Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) derrubaram, pela segunda semana seguida, as apostas de crescimento da economia e agora preveem uma alta de apenas 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — neste ano.
Os dados do relatório Focus foram divulgados nesta segunda-feira, pelo BC. Na semana passada, as expectativas apontavam para um avanço de 0,42% das riquezas nacionais. Há quatro semanas, a previsão era de uma alta na casa de 0,5%.
As mudanças das estimativas são impulsionadas pelo recente salto da inflação, pela alta das taxas de juros e pelo temor de rompimento do teto de gastos com o pagamento do Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família. Há ainda um risco eleitoral no radar do mercado.
A nova aposta do mercado surge também em meio à 12ª piora consecutiva das expectativas para o crescimento do PIB em 2021, a ser divulgado apenas no início do mês de março. Conforme a atualização, o Brasil deve registrar um crescimento de 4,5% no ano passado, ante aposta de 4,71% feita há quatro semanas.
As pioras vão também em linha com os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que colocaram o Brasil em recessão técnica, depois de a atividade econômica recuar por dois trimestres consecutivos. As apostas são para um novo dado negativo para o período compreendido entre outubro e dezembro.
Inflação
Os analistas também apresentaram suas novas apostas para a inflação de 2021 e 2021. Enquanto a expectativa é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a ser divulgado na próxima semana mostre que os preços saltaram 10,01% no ano passado, a previsão para este ano foi mantida em 5,03%.
Na semana passada, as apostas eram que a inflação terminaria 2021 em 10,02% e, há quatro semanas, em 10,18%. A sequência de quatro revisões consecutivas é motivada pela desaceleração dos preços apontada na prévia da inflação de dezembro.
Caso a nova expectativa seja confirmada, a inflação chegará ao fim de 2021 perto do dobro da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já para 2022, a aposta é de que o teto da meta também seja furado ao final do ano.
A expectativa para o dólar ao fim deste ano ficou mantida em R$ 5,60. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos médicos, a expectativa é de alta de 4,61% neste ano.
Fonte: Correio do Povo
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