A Secretaria Estadual da Saúde (SES) ainda tenta identificar os reais motivos para a existência de pessoas aguardando pela segunda dose da CoronaVac e contabilizar o número atual de esquemas vacinais em atraso, o que só poderá ser feito após o registro de todos os casos no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
Já é possível saber, no entanto, que 54,72% dos municípios gaúchos atingiram a meta de aplicação da segunda dose. Isso significa que 272 cidades realizaram a segunda aplicação em 90% das pessoas que receberam a primeira. Os dados foram repassados pela secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann na manhã desta quinta-feira (27).
— E posso dar exemplos bem positivos. Passo Fundo já vacinou mais de 96%. Caxias do Sul, mais de 91%. E outros tantos. (...) Então, de modo geral, está se confirmando o que a secretaria já divulgou: que nós distribuímos o número de doses da vacina CoronaVac para D2 que corresponde ao número distribuído para D1.
Outras 113 cidades já contabilizam entre 80% e 90% do público-alvo da CoronaVac já com as duas aplicações.
A recomendação é para que os municípios façam o registro no sistema no máximo 48 horas após a aplicação — no entanto, o processo muitas vezes fica inviabilizado por falta de recursos humanos e dificuldades técnicas. Na última terça, a SES identificou que 377.486 pessoas estavam com o esquema vacinal da CoronaVac fora do prazo, ou seja, não haviam tomado a segunda dose. No entanto, o número pode estar defasado devido à falta de registro.
Arita pede que as prefeituras que tenham doses sobrando guardem para possível redistribuição:
— É muito importante que a população tenha a informação de que o Estado, junto com municípios, está tratando de alternativas. Municípios que têm eventuais saldos (de CoronaVac), e já sabemos de alguns, que guardem e reservem essas vacinas para que façamos possíveis remanejos.
Além da falta de registro no sistema, outras possibilidades são avaliadas como motivos para a existência de pessoas aguardando pela segunda dose: a migração da população (pessoas que recebem a primeira dose em um município e a segunda em outro), a dificuldade para a extração de 100% das doses de cada frasco e o uso de vacinas destinadas à segunda aplicação para primeira aplicação. Além disso, há as pessoas que, de fato, desistiram de receber a vacina.
— Então, no final, vamos avaliar as medidas necessárias para que as pessoas não fiquem sem a segunda dose, pela importância da complementação do esquema e para que a eficácia da vacina aconteça.
O Instituto Butantan retomou a produção da CoronaVac na madrugada desta quinta-feira (27). O envase foi reiniciado após o recebimento de 3 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Mais 5 milhões de doses serão processadas para serem entregues ao Ministério da Saúde. O processo dura, aproximadamente, entre 15 e 20 dias.
Cepa indiana
Conforme Arita, a SES está atenta à variante indiana, confirmadas em outros Estados do país, e também às cepas que já circulam no Rio Grande do Sul. Por enquanto, mais de 99% das analisadas ainda apontam para a presença da P.1, variante de Manaus.
— O cidadão também tem que ter responsabilidade quando viaja, chega de algum lugar, pega voo. As autoridades estão em alerta, mas a população viajante tem que ficar atenta para, em qualquer caso de sintoma, buscar uma unidade de saúde, colher material e fazer exame — ressalta Arita.
A SES também está elaborando um projeto para ampliar a testagem rápida de pessoas sintomáticas e identificar os contatos, explica a secretária:
— É justamente para poder rastrear e identificar com mais agilidade possíveis casos, não só de variantes novas, mas de casos de covid-19, evitando assim esse alastramento que estamos vendo, com indicadores que nunca deixaram de nos preocupar e que estão de novo subindo.
Fonte: Zero Hora
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