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Foto do escritorAmanda Wolff

Lideranças femininas à frente da saúde em São Leopoldo superam desafios e garantem atendimento de qualidade


Imagem: Guilbert Trendt/ Start Comunicação

Nesta sexta-feira (23), o programa Start News recebeu três importantes líderes da saúde pública de São Leopoldo: Gisele Vieira, presidente da Fundação Hospital Centenário; Liciane Dresch, diretora-presidente da Fundação Municipal de Saúde; e Paula Silva, secretária da Saúde do município. Durante a entrevista, elas abordaram os desafios enfrentados pela saúde municipal, com destaque para os impactos da recente enchente e as estratégias adotadas para garantir a continuidade dos serviços.


A secretária Paula Silva começou explicando a complexa relação entre a Secretaria da Saúde e as fundações que executam os serviços no município. Ela destacou que, embora a Fundação Hospital Centenário e a Fundação Municipal de Saúde operem como entidades executoras, ambas estão diretamente ligadas às políticas de saúde estabelecidas pela pasta. "Não tem como a gente não pensar as diretrizes e essas políticas do município de forma conjunta", afirmou Paula, ressaltando a importância da comunicação e do alinhamento entre os órgãos para uma gestão eficaz dos recursos e serviços de saúde.


Além disso, Paula detalhou os esforços em andamento para recuperar as unidades de saúde afetadas pela enchente, enfatizando que seis das sete unidades em fase de recuperação estão sob gestão da Fundação Municipal de Saúde. Ela mencionou o desafio de restaurar a rede de saúde não apenas no aspecto estrutural, mas também no reequipamento das unidades, destacando que "isso talvez seja um dos maiores desafios desse retorno para a secretaria".


Liciane Dresch abordou o impacto da enchente de forma mais direta, descrevendo o evento como "um momento totalmente atípico". Ela ressaltou a rápida mobilização das equipes para manter o atendimento à população, mesmo diante da destruição física de várias unidades. "As equipes todas estiveram mobilizadas durante o período da enchente. Houve todo um trabalho para que o máximo possível de atendimentos e acolhimento da população fosse mantido", destacou.


Liciane também falou sobre a importância do cuidado com a saúde mental, tanto dos trabalhadores quanto da população afetada. Ela mencionou que a Fundação tem equipes especializadas, com psicólogos e psiquiatras, trabalhando em conjunto com as equipes de atenção primária nos territórios mais atingidos, oferecendo apoio psicológico essencial. "As pessoas saíram das suas casas e, no retorno, perderam a sua vida emocional, a sua história, e isso afetou tanto os nossos trabalhadores quanto os usuários", explicou.


Gisele Vieira destacou o papel crucial do Hospital Centenário durante a crise causada pela enchente, enfatizando a dedicação dos profissionais de saúde, que mesmo tendo perdido tudo, continuaram a trabalhar incansavelmente. "Se nós não cuidarmos desses pacientes, quem vai cuidar?" questionou Gisele, exemplificando o compromisso dos funcionários que chegaram a dormir no hospital para garantir a continuidade dos atendimentos.


Ela também relatou a "operação de guerra" necessária para manter os serviços funcionando, como o abastecimento de água por caminhões-pipa e o transporte de oxigênio com ajuda do Exército. Gisele sublinhou que, mesmo em condições adversas, "ninguém ficou sem atendimento" e que o hospital teve que absorver toda a demanda dos serviços que fecharam temporariamente, como a Unimed e a UPA.


Paula também pontuou o desafio do subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) desde a sua criação. "Fazemos muito com muito pouco", disse ela, explicando que o SUS oferece uma ampla gama de serviços, desde vacinas até tratamentos complexos, mas enfrenta dificuldades financeiras constantes.


Ela ainda mencionou os esforços do município em expandir a cobertura de atenção básica e aumentar o número de consultas especializadas, que caiu de 10,9 mil para 4,6 mil na fila de espera. Paula destacou que o programa "Agiliza", em parceria com o Hospital Centenário, tem sido fundamental para essa redução, apesar das interrupções causadas pela enchente.


Por fim, Gisele comentou sobre a otimização dos serviços hospitalares, especialmente a redução do tempo de internação através da qualificação do atendimento. "A gente está tendo uma rotatividade maior de pacientes no leito", afirmou, explicando que essa estratégia permitiu atender mais pacientes sem a necessidade de abrir novos leitos. Ela também ressaltou que, apesar dos esforços, ainda há desafios significativos, como a superlotação e a pressão constante sobre os recursos do hospital.


O diálogo entre essas três líderes destacou o comprometimento e a resiliência das equipes de saúde de São Leopoldo em enfrentar adversidades, ao mesmo tempo em que traçam caminhos para aprimorar a qualidade e o acesso aos serviços oferecidos à população.


A gravação completa do Programa Start News está disponível nos canais da TV Start News no YouTube e Facebook, e tem reprise nesta sexta-feira (23), às 20h20, na radiostart.com.br. 


Confira a entrevista completa:


Amanda Wolff, da Redação Start

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