Em meio a luta contra uma miocardiopatia genética que enfraquece o coração, Fernanda Assmann, analista acadêmica na Unisinos, deu à luz Henrique, em abril deste ano. A gravidez durou sete meses, dos quais quatro foram passados internada no hospital.
Um mês depois, em meio às enchentes de maio no Rio Grande do Sul, Fernanda recebeu o implante de um dispositivo no coração, uma espécie de bomba que ajuda o sangue a circular.
"É uma mistura de sentimentos: de gratidão por ter ele comigo, bem, saudável. E por saber que eu tive uma oportunidade", relata a mais nova mãe.
Nadine Clausell, cardiologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, explicou a complexidade do tratamento de Fernanda. "Regularmente, esse projeto funciona com os pacientes indo até São Paulo. Até então, foi assim que nós trabalhamos. Essa foi a primeira vez que veio o aparelho juntamente com o membro da equipe", disse Nadine, ressaltando que o transporte de Fernanda seria de "altíssimo risco".
Ainda de acordo com a médica, outro ponto levado em consideração foi a "condição logística do Estado" em meio à calamidade deixada pelas fortes chuvas, que já somam 178 mortos.
A família de Fernanda foi severamente afetada em São Leopoldo e teve a casa completamente alagada. "Tornou a logística absolutamente inviável", afirmou Nadine.
O dispositivo foi financiado por um projeto do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Conforme o diretor do setor de Cardiologia, Roberto Kalil, "é um aparelho caro" e "não está disponível no SUS para o tratamento de rotina".
Fonte: g1