Acolhendo pedido do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça decidiu, nesta segunda-feira (26), pela prorrogação do afastamento do prefeito de Canoas, Jairo Jorge, do exercício das funções públicas por mais 180 dias. Ele deixou o cargo por decisão judicial em março.
O MP afirma que Jairo Jorge recebeu R$ 300 mil de um grupo empresarial de São Paulo quando ainda era candidato à Prefeitura de Canoas, em 2020. Em troca, os empresários ganharam dois contratos de prestação de serviço no município, entre eles o do Samu, com valores super faturados.
"Ele era o grande líder político do esquema de facilitar essas fraudes de permitir que, mediante o pagamento indevido, que esse grupo ganhasse as licitações de forma fraudulento", afirma o procurador Ricardo Herbstrith.
O prefeito afastado negou envolvimento no desvio de dinheiro público. "Nós tivemos pessoas que erraram, mas eu não fui conivente, eu não fui omisso. Por exemplo, eu demiti o diretor, afastei o secretário, fiz sindicância", afirma.
Jairo Jorge diz ainda que vai responder ao processo e por erros e falhas. "Agora, eu não posso ser condenado sem ser julgado. Todas as pessoas são inocentes até que se prove que são culpadas. Não podemos inverter esse processo. Mas eu irei provar a minha inocência no processo judicial", afirmou.
Na decisão, a desembargadora Gisele Anne Vieira Azambuja explica que "a prorrogação do prazo de suspensão do exercício das funções públicas se afigura imperiosa. Isso porque, além dos elementos anteriormente apurados, há novos elementos trazidos em decorrência das medidas de busca e apreensão, e das quebras de sigilo bancários deferidas, que reforçam as teses acusatórias".
Fonte: g1
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