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Foto do escritorGuilbert Trendt

João Doria acusa Eduardo Leite de estar reclamando e chorando sobre suspeita em prévias do PSDB


Diretórios comandados pelo governador do Rio Grande do Sul acusam o paulista de ter fraudado a data de filiação de 92 prefeitos e vice-prefeitos para influenciar o resultado das prévias. | Imagem: reprodução/Redes sociais.

O governador de São Paulo, João Doria, acusou seu adversário nas prévias para a indicação presidencial do PSDB de estar "chorando e reclamando" acerca de supostas filiações irregulares de 92 prefeitos e vice-prefeitos paulistas.


Sem citar o nome do rival, o governador Eduardo Leite (RS), Doria descartou em Dubai (Emirados Árabes Unidos) a hipótese de rever as filiações.


"De forma alguma. Eleição não se ganha no grito, se ganha no voto. Vamos à votação", disse Doria nesta quarta-feira (27), na primeira manifestação direta sobre a polêmica.


Em nota nesta quarta, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que caberá à comissão de prévias do partido decidir, caso a caso, se os 92 os filiados sob suspeita poderão votar ou não. Essa decisão ainda será submetida à executiva nacional do partido nesta quinta (28). As prévias estão marcadas para 21 de novembro.


Com isso, fica afastada de Doria a acusação de irregularidade sugerida por aliados de Leite, numa possível solução salomônica sobre a questão no caso da inabilitação dos 92 eleitores.


Araújo não encontrou Doria e embarcou para o Brasil nesta quarta, para participar da reunião. Segundo aliados do tucano em São Paulo, o governador não foi consultado acerca da solução encontrada.


"Por que ter medo do voto? Em vez de ficar reclamando, chorando, acusando, estamos trabalhando. Prefiro assim", afirmou, dizendo que não pode haver uma "mancha no processo democrático".


A pressão pela revisão cresceu com o surgimento de comprovações, como as recolhidas pelo jornal Folha de S.Paulo no fim de semana, de que prefeitos podem ter tidos suas datas de filiação alteradas, presumivelmente para serem elegíveis a votar nas prévias —o limite era 31 de maio.


Os 92 nomes integram o colégio de 365 prefeitos e vices no estado, mais de um terço do total nacional. Seus votos têm 25% do peso na contagem final das prévias.


A questão foi apresentada por quatro diretórios tucanos alinhados a Leite: Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Ceará. O PSDB paulista nega quaisquer irregularidades.


Em resposta, os diretórios de RS, CE, BA e MG afirmam que a declaração de que Leite quer "ganhar no grito" é "argumentar com a mesma fragilidade de outros argumentos já levantados para defender o indefensável".


"Se há algo que seja antidemocrático e antiético é fabricar eleitores depois de iniciado o certame, prática lamentável e repudiável", diz a nota.


Os diretórios afirmam que seu objetivo é garantir a lisura do processo, que as regras não podem ser quebradas e que caberá à comissão de prévias analisar "a grave acusação de fraude".


"As denúncias foram apresentadas por membros da campanha de Leite, grupo portanto diretamente interessado no pleito. Elas não reúnem nenhuma base fática ou jurídica", afirmaram os paulistas, em nota.


O texto, assinado por Marco Vinholi, presidente estadual do partido e secretário de Desenvolvimento Regional de Doria, afirma que "não existe ilegalidade em eventuais descasamentos entre as datas de filiações".


Segundo ele, "os registros no 'filia' [do Tribunal Superior Eleitoral] seguem o prazo de submissão das listas. O esclarecimento apresentou mais de 70 casos recentes de filiações no partido".


"Os eventos festivos, da mesma forma, são realizados de acordo com a conveniência política", diz o texto, coassinado por dois advogados e pelo presidente do diretório paulistano da sigla, Fernando Alfredo.


O governador também negou decisão "no tapetão". O tucano afirmou que as defecções que sofreu em cidades como São José dos Campos como "do jogo". "Nós também tivemos conquistas no Rio Grande do Sul e em Minas, mas não ficamos batendo bumbo". ​


Doria disse que "nunca contestou" prévias e queixou-se do que chamou de fake news sobre a suposta decisão do presidente do PSDB, Bruno Araújo, de suspender as filiações.


Ambos estão em Dubai, em uma missão empresarial do governo paulista aos Emirados Árabes Unidos. Doria disse que não falou com o presidente tucano sobre o tema.


Araújo, que é advogado com atuação em Dubai há anos, integra a comitiva organizada pela InvestSP, agência de promoção comercial paulista.


Ele não participou de evento da missão nesta quarta. O governador paulista disse que o respeita, mas que o assunto deve ser tratado por Vinholi.


No domingo (24), Araújo havia chamado as denúncias de "sensíveis" e defendeu sua apuração.


Fonte: Yahoo


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