Durou só 10 dias a possibilidade de ficar sem máscara em lugares fechados em Israel. As autoridades sanitárias do país reimpuseram na sexta-feira feira (25) sua obrigatoriedade, em caráter urgente (entrou em vigor ao meio-dia, hora local, poucas horas depois de a medida ser anunciada) devido ao repique exponencial de casos registrados desde o dia 15, que saltaram de praticamente zero para mais de 200 na quinta-feira. Em 70% dos casos, esses novos contágios se devem à propagação em várias populações do país da variante delta da covid-19, surgida originalmente na Índia.
“Teria sido preferível manter o uso de máscaras todo este tempo”, admitiu o coordenador nacional da luta contra a pandemia, o médico sanitarista Nachman Ash, depois de anunciar na rádio pública a reimposição da medida. A decisão coincide com o maior registro de novos casos (227) desde 7 de abril, com uma taxa de positividade de 0,6% nos exames de detecção efetuados.
O coordenador sanitário considera que Israel não enfrenta por enquanto uma quarta onda da pandemia, embora alerte que a rapidez de sua propagação aponta para um “risco potencial”. “Confiamos em que a vacinação maciça evitará um aumento de casos graves com hospitalizações”, afirmou Ash. A maioria dos novos casos é de indivíduos assintomáticos ou com sintomas leves, afetando principalmente menores de 16 anos, faixa etária em que o índice de imunização chega a apenas 5%, concentrada no intervalo de 12 a 15 anos de idade.
As máscaras voltam a ser obrigatórias em todos os lugares fechados (exceto a moradia), salvo para menores de sete anos, quando dois trabalhadores compartilharem um mesmo espaço ou durante o exercício físico. O Ministério da Saúde recomenda também seu uso em grandes aglomerações externas. A readoção da obrigatoriedade ocorreu pouco antes do início do desfile do Orgulho LGBTI em Tel Aviv, com a participação de dezenas de milhares de pessoas ―primeiro grande evento desde a declaração da pandemia. Também se desaconselha que as pessoas não vacinadas participem de atos desse tipo.
O primeiro-ministro Naftali Bennett anunciou na terça-feira que o repique de casos estava sendo abordado “como uma nova onda em potencial” da pandemia. Em um pronunciamento televisivo no aeroporto de Tel Aviv, o novo chefe de Governo israelense afirmou que todos os viajantes terão de usar máscara no terminal aéreo, principal porta de entrada para o país.
Quando acreditavam ter deixado a pandemia definitivamente atrás, muitos israelenses já haviam voltado a utilizar esta semana de forma espontânea as máscaras em áreas fechadas, por causa das notícias sobre a aparição de novos focos. O repique coincidiu com o aumento de voos vindos do exterior, autorizados em principio apenas para os residentes, após mais de um ano de restrições às viagens. A reabertura do turismo em grande escala foi adiada pelo menos até 1º de agosto.
Quase 60% dos 9,3 milhões de israelenses estão vacinados com a pauta completa da Pfizer-BioNTech, e outros 10% superaram a covid-19 e também estão imunizados. O Ministério da Saúde está incentivando agora a vacinação dos menores de 16 anos, que representam outros 30% da população.
Redação do www.startcomunicacaosl.com.br/ Fonte: El País
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