Qual é a história da independência do Brasil?
A Independência do Brasil é um marco histórico de extrema importância para o país. Em 7 de setembro de 1822, o Brasil proclamou sua independência de Portugal, encerrando séculos de domínio colonial.
Esse evento emblemático não apenas definiu a trajetória política e social do Brasil, mas também moldou a identidade nacional e estabeleceu os alicerces para a construção de uma nação soberana.
Mas quais as razões para esse evento e como ele aconteceu? Veja a seguir.
Data da independência do Brasil
Já existiram duas datas da independência do Brasil. O 7 de Setembro, quando a independência foi de fato proclamada, e o 12 de outubro. Como registrado nos livros, D. Pedro I proclamou a independência em 7 de setembro de 1822.
Mas, na época, com a dificuldade de propagação das informações pelo território nacional, a maioria das pessoas não ficou sabendo do ocorrido no dia, nem sequer no próprio mês de setembro.
A população em geral só ficou a par das boas-novas em 12 de outubro do mesmo ano, data do começo do reinado de Dom Pedro I como imperador do Brasil e também o dia do aniversário de 24 anos dele. Ele proclamou a Independência muito jovem, tinha apenas 23 anos.
Quando Dom Pedro I abdicou do trono em nome do filho, em 1831, para voltar a Portugal, não fazia mais sentido comemorar sua coroação de 12 de outubro.
A ideia, então, era passar a celebração para o dia 2 de dezembro, data de nascimento de Dom Pedro II. Mas, na época, ele era um menino de apenas 6 anos, que não assumiu o poder de fato. A data, então, acabou descartada. O dia 7 de setembro, então, se consolidou como o Dia da Independência do Brasil.
Quais foram as causas da independência do Brasil?
Segundo especialistas sobre o tema, a independência do Brasil foi resultado de uma combinação de fatores políticos, econômicos e sociais que culminaram no movimento pela emancipação do domínio português.
Mas, dentre os principais motivos da independência do brasil, podemos destacar:
Conflitos entre os interesses locais e a coroa portuguesa: Durante o período colonial, a administração portuguesa impôs uma série de restrições e medidas que limitavam o desenvolvimento econômico e político do Brasil. Isso gerou insatisfação entre as elites locais, que buscavam maior autonomia para administrar seus próprios interesses;
Influências das revoluções liberais: O final do século XVIII e o início do século XIX foram marcados por movimentos de caráter liberal e de busca por independência em várias partes do mundo, como a independência dos Estados Unidos e as revoluções na Europa. Essas ideias de liberdade e autonomia influenciaram os pensadores e líderes brasileiros da época, incentivando a luta pela independência;
Processo de transferência da corte portuguesa para o Brasil: Com a invasão das tropas napoleônicas em Portugal, a família real portuguesa transferiu-se para o Brasil em 1808, estabelecendo a capital no Rio de Janeiro. Essa mudança gerou uma série de transformações sociais e políticas no país, criando um ambiente propício para o surgimento de movimentos independentistas;
Liderança de Dom Pedro I: Dom Pedro, filho do rei português D. João VI, desempenhou papel considerável no processo de independência. Com a pressão das elites brasileiras e insatisfeito com a política de Portugal, ele proclamou a independência em 1822, tornando-se o primeiro imperador do Brasil.
Como aconteceu a independência do Brasil?
A independência do Brasil conta com as suas particularidades, tanto em relação à Portugal como ao território que se tornaria independente.
A distância entre os países também gerava dificuldades e diminuía a importância das decisões e decretos tomados pelas cortes no Brasil e em Portugal.
Embora todos falassem português, o tempo que as informações levavam para atravessar os oceanos, geralmente de dois a três meses, comprometia o contexto.
De acordo com especialistas, muitos episódios estão interligados, com significados entrelaçados entre si, inclusive em relação aos sentimentos de brasilidade do público.
“Quando pensamos ter a necessidade de tratar do que aconteceu com o Brasil há 200 anos, é porque encontramos algum laço entre o presente e o passado. Esse vínculo se estabelece como forma de comemorar e de lembrar”, afirma o historiador Deusdedith Rocha Junior.
Entenda melhor alguns marcos desse processo a seguir.
Vinda da família real portuguesa para o Brasil
A vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, em 1808, representou um marco na história do país. A invasão das tropas napoleônicas em Portugal obrigou o príncipe regente Dom João VI e a corte portuguesa a buscar refúgio no Rio de Janeiro.
Essa mudança trouxe consigo uma série de transformações importantes, como a abertura dos portos às nações amigas, o que impulsionou o comércio e a economia brasileira.
Além disso, foram criadas instituições culturais e científicas, como a Biblioteca Nacional e a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, contribuindo para o desenvolvimento intelectual e cultural do país.
Essa estadia prolongada da Família Real no Brasil gerou um sentimento de autonomia e pertencimento, preparando o terreno para a independência.
Revolução Pernambucana de 1817
A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento revolucionário que ocorreu em Pernambuco e teve como objetivo a proclamação de uma república independente.
Liderado por intelectuais, militares e comerciantes locais, o levante buscava a libertação do jugo colonial português e a criação de um governo próprio.
Embora tenha sido duramente reprimida pelas tropas portuguesas, a Revolução Pernambucana deixou um importante legado de resistência e inspirou outros movimentos em prol da independência.
Revolução do Porto de 1820
A Revolução do Porto, deflagrada em 1820, foi um levante que ocorreu em Portugal e teve impacto direto na independência do Brasil.
O movimento teve como objetivo principal a restituição do rei D. João VI ao trono português e a convocação de Cortes Constituintes.
A revolução gerou um contexto de instabilidade política e despertou questionamentos sobre a relação entre Portugal e suas colônias.
Esse cenário fortaleceu o movimento pela autonomia no Brasil, uma vez que a população brasileira também almejava participar das decisões políticas que afetavam a colônia.
Dia do Fico
O Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822, marcou um momento crucial na trajetória rumo à independência. Nessa data, Dom Pedro I, príncipe regente, decidiu atender aos pedidos da corte portuguesa para retornar a Portugal e permanecer no Brasil. Essa atitude foi um gesto de resistência e demonstrou o compromisso de Dom Pedro com o projeto de emancipação.
O Dia do Fico consolidou sua liderança e fortaleceu o movimento pró-independência, dando início a uma série de eventos que culminariam na proclamação da independência. A partir daí, o rompimento só foi ficando mais evidente, até chegar no episódio central da história oficial. Quem proclamou a independência do Brasil foi Dom Pedro I, responsável por dar a ordem de independência com um grito às margens do Rio Ipiranga.
A Guerra da Independência
A Guerra da Independência, ocorrida entre 1822 e 1824, foi o conflito armado que marcou a luta do Brasil pela separação definitiva de Portugal, mesmo depois da independência dada por Dom Pedro I.
As tropas brasileiras enfrentaram as forças portuguesas em diversos confrontos ao longo do país em regiões que não aceitavam a separação, como Pará, Bahia e Maranhão. Destacam-se as batalhas de Itaparica e Pirajá, nas quais as forças brasileiras obtiveram vitórias decisivas.
Após a proclamação da independência, em 7 de setembro de 1822, a guerra se estendeu por mais dois anos até a assinatura do Tratado do Rio de Janeiro, que reconheceu a independência do Brasil por parte de Portugal.
Quais foram as consequências da Independência do Brasil?
A Independência do Brasil trouxe uma série de consequências significativas para o país.
Algumas das principais citadas por especialistas são:
Soberania e autonomia: a independência garantiu ao Brasil a sua soberania e autonomia como nação, libertando-o do domínio colonial português. O país passou a ter o poder de tomar suas próprias decisões políticas, econômicas e sociais, estabelecendo seu próprio destino;
Formação de um Estado nacional: o processo permitiu a formação de um Estado nacional brasileiro. Com a separação de Portugal, o Brasil teve a oportunidade de construir suas instituições políticas e administrativas, desenvolvendo uma estrutura de governo própria e estabelecendo a base para a consolidação do Estado brasileiro;
Estabilidade política: após a independência, o Brasil enfrentou um período de instabilidade política. No entanto, a proclamação da independência e a liderança de Dom Pedro I contribuíram para estabelecer uma relativa estabilidade política no país. Isso possibilitou a implementação de medidas e políticas necessárias para a construção e consolidação do Estado brasileiro;
Economia e comércio: a independência também trouxe impactos significativos na economia brasileira. O Brasil pôde estabelecer suas próprias políticas comerciais, buscando expandir o comércio com outras nações e explorar seus recursos naturais de maneira mais eficiente. Essa liberdade econômica contribuiu para o crescimento e desenvolvimento do país ao longo dos anos;
Desafios sociais e políticos: no entanto, a independência não resolveu automaticamente todos os desafios sociais e políticos que o Brasil enfrentava. O país ainda tinha que lidar com questões como a escravidão, a desigualdade social, a falta de infraestrutura e a consolidação de uma identidade nacional. Esses desafios se tornaram alvo de lutas e movimentos ao longo dos anos, moldando a história e a trajetória do país.
No entanto, essas são apenas algumas das consequências da Independência do Brasil.
O processo de construção da nação brasileira e a consolidação de sua identidade como país independente continuaram a se desenvolver ao longo dos anos, influenciando diversos aspectos da sociedade brasileira até os dias atuais.
FONTE: CNN Brasil
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