História e arte a céu aberto. Com esse olhar, o historiador Márcio Linck conduziu neste sábado (19), uma visita guiada por jazigos do cemitério municipal Cristo Rei, onde se encontram a memória de personalidades que ajudaram, no passado, construir a São Leopoldo que conhecemos no presente. “Sempre peço para os participantes deixarem do lado de fora eventuais crenças ou até mesmo preconceitos em relação ao local. Os monumentos que aqui estão seriam valorizados como obras de arte se tivessem expostos em museus. As lápides e jazigos contam a história da cidade”, ressaltou Linck na apresentação.
Fundado em 1857, o cemitério situa-se na avenida Theodomiro Porto da Fonseca e foi justamente por ele que a visita iniciou. Theodomiro governou a cidade por 16 anos, até 1944, e participou de momentos importantes, como a conclusão do Hospital Centenário e da inauguração da faixa de cimento, atual avenida Theodomiro, utilizada por anos como a principal ligação com Porto Alegre.
Em seguida, o grupo conheceu as histórias do médico José Hillebrand, patrono da imigração; da família Steigleder, pioneiros do cinema; de Luiz Lourenço Stabel, um dos responsáveis pela chegada da energia elétrica, e da primeira prefeita mulher, Maria Emília de Paula. No campo esportivo, foram mencionados os atletas Willy Seewald, único gaúcho que participou das olimpíadas de Paris em 1924, e Celso Morbach, ginasta que dá nome ao ginásio municipal.
Entre os participantes estava o secretário do Meio Ambiente e historiador Anderson Etter, que destacou a importância do botânico João Dutra e do ambientalista Henrique Roessler entre os citados. “São Leopoldo sempre foi pioneira na questão ambiental. Iniciativas como essa servem para reascender a memória da comunidade sobre a relevância desses nomes e de suas causas. João Dutra também empresta seu nome ao nosso herbário no Parque Imperatriz Leopoldina”, acrescentou.
“Nunca é tarde para aprender”
Entre as inscritas na visitação estava a professora aposentada Beatriz Plentz, de 80 anos. Leopoldense de nascimento, Beatriz lecionava biologia e conheceu boa parte das famílias citadas na aula aberta. “Aqui revivi muitas histórias e conheci novos detalhes. Foi um aprendizado. Nunca é tarde para aprender. Recordei muita coisa do meu período de infância e juventude, das lojas, das fábricas e olarias que haviam aqui. Era uma cidade menor, a gente se conhecia por família. Essa visita me acrescentou muita informação”, salientou a inquieta professora, ansiosa por um novo roteiro.
Fonte: PMSL
Comments