O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), afirmou à coluna que está mantido para a próxima quarta-feira (10) o depoimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, a respeito da existência de contas em offshores.
Segundo Ribeiro, a sessão está marcada para as 10 horas e reunirá as duas comissões da Câmara que convocaram o ministro. Além da de Fiscalização e Controle, a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público também havia aprovado a convocação do ministro.
"Acho que o ministro vai ter oportunidade de esclarecer os fatos. O grande problema do Brasil hoje são essas grandes confusões na economia, que trazem fragilidade", disse.
Plenário depende de Arthur Lira
Guedes também foi convocado para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara sobre a sociedade que mantém em uma offshore em paraíso fiscal. O requerimento de convocação, apresentado pela oposição, foi aprovado por 310 votos favoráveis contra 142, no dia 6 de outubro.
A data deste depoimento, porém, depende do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que ainda não sinalizou quando ouvirá o ministro.
Contas no exterior
As informações sobre a offshore de Guedes foram obtidas pelo projeto "Pandora Papers", do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), cujos parceiros no Brasil são a revista Piauí e o site Poder360. O vazamento também apontou uma empresa no exterior em nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Offshore é o nome dado a empresas que são abertas em países que, geralmente, são considerados paraísos fiscais, onde a tributação não é tão pesada e o sigilo a dados bancários é mais forte que em outros Estados.
Segundo os "Pandora Papers", Guedes possui desde 2014 uma offshore de nome Dreadnoughts International. O ministro da Economia depositou US$ 9,54 milhões (mais de R$ 51,8 milhões, na cotação atual) na conta da offshore.
Informações para a PGR
Assim que o caso veio à tona, o ministro enviou documentos à PGR (Procuradoria-Geral da República) para explicar a existência de empresas offshore no exterior e nega irregularidades.
"A defesa de Paulo Guedes, antecipando-se a eventuais pedidos da PGR, apresentou petição, na manhã desta quarta-feira, juntando, no Ministério Público, documentação que demonstra que o ministro não ocupa o cargo de administrador da empresa Dreadnoughts desde que assumiu a função pública, estando, desde dezembro de 2018, completamente afastado da gestão da empresa", afirmaram os advogados de Guedes na ocasião.
Fonte: Uol
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