O Ministério da Economia aumentou a previsão de inflação para este ano e reduziu a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e em 2022.
As informações constam do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quarta-feira (17) pela Secretaria de Política Econômica.
Conforme o boletim:
a previsão de alta da inflação subiu de 7,9% para 9,7%;
a previsão de alta do PIB caiu de 5,3% para 5,1%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2022, a estimativa do governo também caiu de 2,5% para 2,1%.
Mesmo com a redução, as expectativas do Ministério da Economia para a economia brasileira seguem acima das previsões do mercado.
Isso porque, para 2021, analistas do mercado financeiro estimam crescimento de 4,88% e, para 2022, alta de 0,93%.
Segundo a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, o valor superior projetado para o crescimento do próximo ano, em relação às previsões do mercado financeiro, "se deve à melhora no mercado de trabalho e no investimento privado, principalmente em infraestrutura".
Inflação
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o Ministério da Economia elevou a projeção de 7,9% para 9,7% em 2021.
A expectativa de inflação do governo se distanciou ainda mais do centro da meta para este ano (3,75%) e também do teto (5,25%). Com isso, o governo admitiu novamente que a meta deve ser descumprida. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic). A previsão da Secretaria de Política Econômica para a inflação está próxima da estimativa do mercado financeiro, que é de alta de 9,77% em 2021.
Para 2022, a estimativa do Ministério da Economia para a inflação subiu de 3,75% para 4,70%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Risco fiscal
Os chamados "riscos fiscais" têm elevado os juros bancários e limitado a expansão da atividade.
O mercado aguarda uma definição no Legislativo sobre a PEC dos Precatórios, agora defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que abre espaço de mais de R$ 90 bilhões no teto de gastos (mecanismo que limita as despesas).
O discurso do governo é que a mudança visa garantir os pagamentos do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, mas as alterações também abririam espaço que poderia ser usado para aumentar o fundo eleitoral e as emendas de parlamentares, além de liberar auxílio para caminhoneiros e possível reajuste para servidores.
O Ministério da Economia admitiu que o principal fator interno para redução das estimativas de atividade econômica é a "deterioração das condições financeiras locais".
"Observou-se, nos últimos meses, elevação mais intensa da parte longa da curva de juros (...). Caminho semelhante foi percorrido pela taxa de câmbio, cuja depreciação levou a taxa para valor próximo a R$/US$ 5,70. No entanto, observa-se que, apesar do patamar elevado, as condições financeiras amainaram em relação aos topos", avaliou.
Fonte: g1
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