O Palácio do Planalto passou a analisar "alternativas para forçar a saída" do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, já na próxima semana – e, em seguida, trocar toda a diretoria da empresa.
A intenção ganhou força diante da decisão da Petrobras, que já tinha sido comunicada ao governo, de promover um novo reajuste no preço dos combustíveis.
Os novos valores foram anunciados pela Petrobras na manhã desta sexta: o preço médio da gasolina nas distribuidoras passa de R$ 3,86 para R$ 4,06, e o preço médio do diesel, de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.
"Estamos analisando todas as alternativas para forçar a sua saída. Ele [José Mauro Coelho] já está demissionário, foi demitido, está sendo de uma grande insensibilidade com o povo brasileiro. Vamos trocar toda a diretoria”, disse um assessor presidencial.
O governo já escolheu o secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para assumir a presidência da Petrobras. O anúncio da indicação completa um mês na próxima semana, mas a troca esbarrou nos trâmites legais definidos para a substituição.
O nome de Paes de Andrade está em análise no Comitê de Pessoas da Petrobras. Se for aprovado, será submetido ao Conselho de Administração da estatal – mas a reunião precisa ser convocada com 30 dias de antecedência.
Pelo calendário previsto, isso significa que, mesmo chancelado pelo comitê, Paes de Andrade não assumiria o comando da Petrobras antes do fim de julho. O governo queria que o novo presidente já tivesse tomado posse, justamente para segurar o reajuste dos preços.
Ofensiva nas redes sociais
Desde a noite de quinta, o presidente Jair Bolsonaro e ministros se movimentam nas redes sociais para criticar os lucros da Petrobras e a possibilidade de um novo reajuste – que acabou se confirmando horas depois.
Os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Fábio Faria (Comunicações) e Ciro Nogueira (Casa Civil) criticaram o lucro da Petrobras – R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre do ano – em meio à guerra na Ucrânia. A situação é classificada por eles como uma “insensibilidade” da empresa.
“O governo, Congresso e todos com responsabilidade temos que acabar de vez com esse abuso dos lucros bilionários na hora em que a empresa não pode virar as costas para o Brasil e os brasileiros”, escreveu Ciro Nogueira.
Fonte: G1
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