Em um intervalo de 48 horas, a comerciante Nilda Gonçalves Valente, de 62 anos, sofreu com a falta de energia elétrica no bar que mantém na avenida Baltazar de Oliveira Garcia, próximo ao Terminal Triângulo, na Zona Norte de Porto Alegre. O motivo é o furto de fios, prática que tem causado prejuízos aos estabelecimentos da região.
“Levaram a fiação de entrada, cortaram no poste e puxaram o que passa pela calçada. Arrumamos no domingo à noite e na madrugada voltaram e arrancaram de novo”, lamenta.
Nilda afirma ter gasto em torno de R$ 2,3 mil entre materiais e mão de obra. Apesar dos prejuízos financeiros, a sensação de insegurança é o que mais preocupa a proprietária. “Mesmo conseguindo arrumar tudo, falta segurança. É um descaso”, completa.
A comerciante também mostra insatisfação com a demora para restabelecer a energia. “Foi uma luta de quatro dias sem trabalhar, devido à falta de energia, e por causa da CEEE Equatorial, que não vinha nem desligar os fios [que sobraram cortados no alto do poste] para que o meu eletricista pudesse trabalhar, sem falar que foi tudo por nossa cont", finalizou.
Outros comerciantes localizados na região também relatam furtos de fiação. “É sempre de madrugada, fazem o que querem. A vontade que tenho é de fechar e ir para outra cidade”, lamenta o dono de uma loja de embalagens, também alvo dos criminosos, que pediu para não ser identificado.
Procurada pelo jornal Correio do Povo, a CEEE Equatorial, responsável pelo serviço em Porto Alegre, aponta por meio de sua assessoria de comunicação que técnicos da empresa atenderam ao chamado sobre o furto de cabos na avenida Baltazar Oliveira Garcia e, no local, apurou que a fiação furtada estava localizada no ramal do cliente. Nestes casos “a responsabilidade pelo reparo fica a cargo do consumidor”, declarou. A empresa privada finaliza o comunicado enviado ao CP garantindo que está à disposição para esclarecimentos por meio dos seus canais oficiais (Central de Atendimento, 0800 721 2333; WhatsApp, (51) 3382-5500 e Agência Virtual.
Já a Prefeitura de Porto Alegre destaca que integra forças-tarefa que atuam para combater a prática de furtos de cabos e fios. Uma das estratégias é coibir o comércio ilegal dos materiais. Vistorias em empresas de reciclagem, com a presença da Guarda Municipal, resultaram na prisão de um foragido ainda nesta semana.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), ações como a Operação Fios e Cabos, deflagrada na última terça-feira em Porto Alegre, têm natureza preventiva e repressiva. “Mesmo em edições em que o volume de apreensões não é alto, a força-tarefa promove uma ampla busca administrativa em empresas de sucata, o que ajuda a coibir o comércio de metais sem procedência”, diz a pasta.
Participaram da última edição da operação a SSP, a Brigada Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros Militar, em um total de 60 servidores, e também as empresas Oi, Claro, Vivo, Tim, CEEE Equatorial e Trensurb. Para auxiliar na redução de crimes e agilizar a atuação dos órgãos de segurança, a SSP reforça a importância do recebimento de denúncias por meio do Disque-Denúncia 181 e pela versão digital desse canal no site da secretaria. Em ambos os casos, o anonimato é garantido.
Fonte: Correio do Povo
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