Realizada a cerimônia de formatura do Projeto Acelera Saúde Mental, na quinta-feira, dia 15 de dezembro. Na abertura, foi apresentado um vídeo com duração em torno de 20 minutos com participação das professoras, supervisoras e coordenadoras do projeto e além dos alunos.
No final do vídeo, foi apresentado um texto escrito por um dos estudantes, Patrick de Paula de Azevedo, que se emocionou ao se ouvir, e receber os aplausos de toda a sala. Falou que não conseguiu conter a emoção pois foi uma surpresa ver que seu texto foi utilizado. “Senti que sou uma boa pessoa, que quando faço o mal, isso afeta só a mim mesmo, mas com tudo isso acontecendo consigo perceber que posso sempre melhorar”.
Além disso, ele falou um pouco sobre como foi a experiência de retomar os estudos. “O começo foi basicamente fácil, porque todas as professoras eram muito amigáveis e ajudavam bastante. Eu sempre senti dificuldade em fazer amigos, mas na época meus pais estavam se separando e então se tornou mais difícil comparecer às aulas, mas ali percebi que meus professores e colegas eram meus amigos, porque se preocupavam comigo e tentavam me ajudar da melhor forma possível”.
A emoção tomou conta de todos os presentes, inúmeras vezes, como quando a supervisora da escola Chico Xavier, Natálie Maria Müller, utilizou dois exemplos de acontecimentos que representam a luta dos alunos pela educação. “Tivemos um aluno que vendeu seu celular para pagar as passagens de ônibus e poder ir à escola, outro algumas vezes caminhava em torno de oito quilômetros só para comparecer às aulas."
O prefeito Ary Vanazzi, comentou sobre o vídeo na abertura da cerimônia, “acredito que o “filme” aqui apresentado deveria ser enviado em alguns desses projetos em nível nacional, porque duvido encontrar outro que retrate tão bem o cotidiano, as emoções e as experiências de professores e jovens estudantes.Reforçou a fala de Marcel Frison sobre a falta de visibilidade nestas ações. “Muitas vezes essas experiências ficam engavetadas, mas nós temos que divulgá-las. Porque é a partir delas que conseguimos fazer a roda do mundo girar.”
O secretário municipal de Saúde, Marcel Frison, relembrou suas recentes visitas a alguns centros de Atenção Psicossocial e falou um pouco da importância do projeto Acelera. “Temos que relembrar que a questão saúde mental, é uma realidade. Essas obras que fazemos, como esta que vemos aqui hoje,poucas vezes ganham a visibilidade que merecem. Mesmo não estando totalmente envolvido no projeto, acredito que são eles que fazem toda a diferença e nos dão muito orgulho. Consigo perceber a importância disso tudo, porque eu mesmo, aos 58 anos virei estudante, pela primeira vez estou fazendo faculdade. Então, jovens, não desistam e o maior orgulho que podem dar para os seus professores é continuar suas caminhadas no mundo estudantil, porque podem serem o que quiserem”, ressaltou.
O secretário municipal de Educação, Ricardo da Luz comentou a sua presença na primeira aula do grupo de formandos ali presentes, na Biblioteca Pública de São Leopoldo. “Me lembro bem da timidez dos alunos, cada um sentado no cantinho da sala. Todos separados, alguns meses depois os reencontrei já em uma sala na Escola de Gestão da Prefeitura. E em um sábado, vi um dos alunos, que não pode comparecer hoje, o Eliezer Andrade, perguntei o que fazia lá já que não era dia de aula e ele simplesmente me respondeu que a prefeitura também era dele e ele ia lá quantas vezes quisesse. E isso é, estudantes, o que todos vocês resgataram em nós, a jornada escolar não é só matéria mas também trazer à tona o lado cidadão de cada pessoa. O sonho realizado no Acelera é o que desejamos para a toda educação e é isso que buscamos todos os dias, e vocês são a prova de isso é possível.”
No final da cerimônia, os secretários e o prefeito, convidaram os alunos, já inscritos no Ensino Médio, que retornem daqui a três a quatro anos para receberem outro certificado, o de alunos agora formados não só no Ensino Fundamental mas também já prontos para enfrentar uma faculdade ou um trabalho que desejem.
Realizado em parceria pelas secretarias Municipal da Educação (SMED), da Cultura e Relações Internacionais (SECULT) e da Saúde (SEMSAD), tem o objetivo de auxiliar a corrigir a distorção idade-ano de adolescentes. O que significa atraso nos dois anos escolares ou mais, para jovens que não concluem o 9º ano, até os 14 anos de idade. Esses jovens frequentam o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSIJ) local em que são atendidos, pois não conseguem frequentar o ambiente escolar.
Fonte: PMSL
Comentários