Para revelar o espaço mítico e a presença inegável das religiões de matriz africana no Vale do Sinos, será lançada a exposição “Novo Hamburgo Território AfroSagrado”, nesta terça-feira (26). A mostra gratuita inaugura às 20 horas, na Casa de Cultura Dalilla Clementina Sperb, em Novo Hamburgo. O projeto tem como objetivo visibilizar as expressões religiosas de matriz africana na cidade.
“O projeto teve como foco central revelar o quantitativo de casas de religião de matriz africana e dar visibilidade para esta contribuição cultural e religiosa afro-brasileira presente em Novo Hamburgo. É importante reverter o ocultamento, aprofundando e compartilhando saberes, promovendo a difusão e valorização destas manifestações culturais que demonstram e reafirmam a pluralidade e diversidade cultural local. Isso tudo também auxilia no combate ao racismo religioso e dá visibilidade ao protagonismo negro”, afirma o jornalista, fotógrafo e pesquisador Leonardo Rosa, que lidera a iniciativa junto da produtora Luana Khodja, da Imago Produtora, responsável pela gestão cultural e produção executiva do projeto.
A exposição multissensorial, que é composta por 19 fotografias e objetos que fazem parte de rituais religiosos, tem recursos de acessibilidade - como a áudio descrição das imagens expostas e a possibilidade de manuseio de objetos presentes nas imagens. Precederam a exposição, pesquisa documental, registros fotográficos e de memória oral em campo, criação de site, catálogo e mapeamento de cerca de noventa casas de religião na cidade, de diferentes nações e linhas das matrizes africanas presentes em Novo Hamburgo.
A exposição “Novo Hamburgo Território AfroSagrado” fica em cartaz até dia 10 de janeiro, com entrada gratuita de segunda à sexta-feira, das 9 às 18 horas, na Casa de Cultura Dalilla Clementina Sperb. O local, que também é sede da Secretaria de Cultura de Novo Hamburgo, fica na Avenida Doutor Maurício Cardoso, número 132, no bairro Hamburgo Velho.
Para escolas e entidades que desejem uma visita guiada com o autor do projeto, basta entrar em contato pelo telefone (51) 99114-6711, com a produtora executiva do projeto.
A iniciativa também vai realizar ações formativas para professores da rede pública de ensino, em contribuição à efetivação da Lei 11.645, e população em geral, com visita orientada à exposição “Novo Hamburgo Território AfroSagrado”, seguida de bate-papo.
Sobre as leis 10.639/03 e 11.645/08
Implementada em 2003, a Lei 10.639 tornou obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas ou particulares, de ensino fundamental e médio – se tornando uma política pública fundamental para a luta antirracista. Em 2008, a legislação avançou, uniu e ampliou a proposta para contemplar também as populações indígenas, com a aprovação da Lei 11.645. Porém, mesmo após mais de vinte anos da primeira iniciativa deste tipo no País, a aplicação efetiva da lei ainda enfrenta desafios.
Sobre Leonardo Rosa
Leonardo Rosa é jornalista, fotógrafo e mestre em Processos e Manifestações Culturais. Além de colecionar prêmios com trabalhos fotográficos de destaque, ele acumula experiência em diferentes âmbitos da comunicação, cultura e direitos humanos. Atuou em veículos de imprensa, agências de fotojornalismo, como professor universitário, além da experiência como Diretor Geral da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Governo do Estado do RS, Chefe de Gabinete, Coordenador da Comunicação e das Políticas Étnico-raciais da Secretaria de Cultura de Novo Hamburgo. Leonardo Rosa também o autor do projeto "Cidade da Fé", resultado de um apanhado de fotografias realizadas para a mostra "Exposição Coletiva Fotográfica Cidade Baixa Todo o Tempo".
Sobre o edital
“Novo Hamburgo Território AfroSagrado” obteve a maior pontuação na categoria “Execução de Ações Culturais” pelo Chamamento Público Cultural nº 03/2023 - Edital de Fomento Artístico e Cultural (Lei Paulo Gustavo) da Secretaria Municipal da Cultura de Novo Hamburgo, realizado com recursos federais oriundos da Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Colaboração da jornalista Marina Mentz
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