Deputado Glauber Braga encerra greve de fome após acordo com Hugo Motta

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu encerrar sua greve de fome, iniciada há mais de uma semana, após chegar a um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (17) e ocorre em meio ao avanço do processo que pode levar à cassação do mandato do parlamentar. O acordo prevê um prazo de 60 dias para que Glauber apresente sua defesa antes da votação em plenário.

Glauber Braga iniciou a greve de fome em protesto contra o andamento do processo de cassação, que se intensificou após a recomendação do Conselho de Ética da Câmara. Desde o dia 9 de abril, o deputado estava se alimentando apenas de água, soro e bebidas isotônicas, enquanto dormia nas instalações da Câmara. Durante a negociação, Hugo Motta garantiu que o caso não seria submetido ao plenário antes do término do prazo para a defesa.

A cassação de Glauber Braga é resultado de uma denúncia apresentada pelo partido Novo, que o acusa de ter quebrado o decoro parlamentar ao agredir e expulsar um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) da Câmara. O Conselho de Ética, em uma reunião realizada no dia 8 de abril, deu “sinal verde” para o prosseguimento do processo, que agora será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A CCJ avaliará se houve ilegalidades no processo, mas não rediscutirá o conteúdo da acusação. Se a comissão aceitar o recurso, o caso retornará ao Conselho de Ética para correção de eventuais vícios. Caso contrário, o processo seguirá para votação no plenário, onde 257 dos 513 deputados precisarão votar a favor da cassação para que ela ocorra.

O clima em torno do processo de cassação de Glauber Braga é tenso, com aliados de Motta argumentando que a medida seria “desproporcional”. Enquanto isso, o deputado continua a enfrentar desafios em sua defesa, com a expectativa de que a CCJ tome uma decisão em breve. O desfecho desse caso poderá ter implicações significativas para a dinâmica política na Câmara dos Deputados.

FONTE: Infomoney