A imprensa regente do coro de oposição ao governo Bolsonaro, depois da morte do ator Tarcísio Meira por Covid parece que ficou meio perdida. Afinal, o mote do estribilho que soava nas crônicas e nos artigos daqueles jornais era o que mais influía no ânimo dos energúmenos: genocida.
Sim. A invectiva caluniosa contra o presidente lhe imputava crime, quer porque de suas manifestações decorriam descrédito contra a vacina, quer porque o governo não tenha sido suficientemente célere na importação dos imunizantes, quer porque as negociações contivessem vícios.
A calúnia partia graciosamente, sem qualquer premissa, da conclusão de que se houvesse vacina não teriam morrido milhares de pessoas de Covid.
Mas, as vacinas vieram e as pessoas continuaram morrendo. E agora, para azar da imprensa oposicionista, morre uma pessoa famosa, o ator Tarcísio Meira, vacinado bem antes do que milhares de idosos mais velhos do que ele: em março. Ambos foram vacinados: o artista e a mulher dele, e ambos foram hospitalizados na semana passada.
Sabe-se lá quantos miseráveis anônimos morreram, mesmo depois de vacinados. Mas o furo apareceu só com a morte do artista. E com isso a imprensa oposicionista vacila. A morte do famoso pegou muita gente na contramão e agora o povo está mal informado através da imprensa oposicionista, porque não dá para botar a culpa no Bolsonaro. A primeira informação sem conteúdo foi a de “ houve um descuido” do casal. Só não conseguiram esconder que eles já haviam sido vacinados. Mas, a informação principal ficaram devendo: que vacina lhes foi aplicada?
Na edição de quinta-feira passada, em artigo assinado por Júlia Marques, diz o Estadão que “não há informação sobre qual imunizante”.
Mas, sites e periódicos de menor circulação ou sem vinculação explícita com os partidos de esquerda já informaram o nome da vacina: a Coronavac, fabricada pelo Butantan, com insumos – sabem donde? – da China... Justamente a vacina que Bolsonaro não queria.
Ah, aí o furo é muito em cima. Envolve dinheiro, envolve prestígio de laboratórios e “especialistas”. O povo, vacinado ou não, mas que só vê a Globo e lê o Estadão, vai morrer, mas não vai saber disso, enquanto não for encontrada uma maneira de pôr a culpa no Bolsonaro.
João Eichbaum, é escritor e cronista
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