A Câmara Municipal de Porto Alegra aprovou, na noite de quarta-feira (8), o projeto de lei que permite a privatização da Carris, empresa de sociedade mista que atende o transporte público da Capital. A proposta, do Executivo, autoriza que a empresa seja alienada ou transferida, total ou parcialmente a entes privados.
A sessão levou cerca de 8 horas e teve bate-boca entre vereadores contrários e favoráveis ao projeto. O placar de votação foi de 23 votos favoráveis e 13 contrários.
Os parlamentares de oposição apresentaram oito emendas, entre elas, a que propunha a prorrogação do início de vigência da lei, outra que transferia a gestão da Carris para uma cooperativa de trabalhadores. Todas foram rejeitadas.
Os funcionários da Carris são contrários à medida e acompanharam a votação. Trinta senhas foram disponibilizadas para entrar no plenário. No lado de fora da Câmara, os servidores protestaram contra a privatização.
Nos últimos dias, os trabalhadores realizaram paralisações para pedir que o projeto não fosse aprovado, e também para se opor à outra lei aprovada recentemente, instituindo a extinção gradual dos cobradores. Os ônibus tiveram atrasos e a prefeitura precisou preparar um esquema especial para a circulação dos coletivos.
Na manhã, desta quinta (9), no entanto, não houve mobilização e 100% da frota saiu às ruas.
O prefeito Sebastião Melo (MDB) sustenta, na justificativa do projeto, que o transporte por ônibus urbanos enfrenta a "precarização de sua capacidade de financiamento".
"A recente pandemia só veio agravar este cenário, pois é tendência que já vinha de anos anteriores, no qual se observa uma queda de aproximadamente 25% no número de passageiros pagantes no quadriénio 2016-2019", menciona.
Segundo a prefeitura, em 2019 a Carris demandou R$ 16,6 milhões devido aos custos superiores ao suportado pela tarifa. O projeto segue para redação final e sanção do Executivo.
Fonte: G1 Rio Grande do Sul
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