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Coração de Dom Pedro I chega ao Brasil nesta segunda-feira (22)


Coração de D. Pedro I em cripta, na cidade do Porto, em Portugal — Foto: Guilherme Costa Oliveira/ Câmara Municipal do Porto

O coração de Dom Pedro I deve chegar ao Brasil nesta segunda-feira (22), onde ficará exposto, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. O órgão, que está em Portugal, será transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB).


As informações sobre o transporte foram dadas pelo embaixador George Monteiro Prata e pelo chefe do cerimonial do Itamaraty, ministro Alan Coelho de Séllos, neste domingo (21), em Brasília. O coração virá na cabine de passageiros de um avião da FAB e três autoridades portuguesas, além de um representante do governo brasileiro, acompanham a viagem.

"O coração será recebido no Brasil como chefe de Estado, e será tratado como se Dom Pedro I fosse vivo entre nós, não é? Portanto, ele será objeto de todas as medidas que se costumam atribuir a uma visita oficial, uma visita de Estado, de um soberano estrangeiro, no caso de um soberano brasileiro ao Brasil", afirma Séllos.

A chegada, em Brasília, está prevista para as 9h30 desta segunda-feira. Na terça (23), haverá uma cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL).


A família imperial foi convidada para o evento. No entanto, o coração do imperador não será exibido. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a partir de terça-feira (23), o órgão fica exposto "dentro de um vidro", no Palácio do Itamaraty.


A Polícia Federal (PF) vai monitorar a segurança durante toda a permanência do órgão no país, além das Forças Armadas. No dia 8 de setembro o coração será levado de volta para Portugal. O Ministério das Relações Exteriores não informou quanto custou a operação para trazer o coração de Dom Pedro I para o Brasil.


Em Portugal, o órgão fica guardado na igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade do Porto. Ele é protegido pelos Guardiões da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa.

"São necessárias cinco chaves para acessar o coração que é conservado há 187 anos, dentro de um vaso de vidro com formol", informou o Itamaraty.

As negociações para a vinda do coração de Dom Pedro I ao Brasil O coração de Dom Pedro I foi doado à cidade do Porto, em Portugal, em função de um pedido que teria sido feito pelo próprio imperador, antes de morrer.


De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as negociações para a vinda ao Brasil começaram em fevereiro deste ano, por causa das comemorações dos 200 anos da Independência do país, comemorados no próximo 7 de setembro.


Primeiro, os peritos do Instituto Médico Legal da Universidade do Porto autorizaram – do ponto de vista técnico – a vinda do órgão, "que é frágil". Depois, houve uma votação, na Câmara de Vereadores da cidade do Porto, onde a viagem foi autorizada, por unanimidade.


Esta não é a primeira vez que restos mortais de Dom Pedro I são apresentados nas comemorações da Independência do Brasil. Em 1972, durante a ditadura militar, parte da ossada do imperador foi exposta em várias cidades brasileiras, antes de ser depositada no Monumento da Independência, em São Paulo.


Neste sábado (20), no Porto, ocorreu a primeira exposição aberta ao público do coração de Dom Pedro I. A exibição termina neste domingo, quando o coração será trazido para o Brasil.


Na segunda-feira, quando chegar ao país, o órgão será levado da Base Aérea de Brasília até a Praça dos Três Poderes "de modo silencioso", segundo o Ministério das Relações Exteriores. Depois, o coração ficará "em repouso", no Itamaraty, até ser exposto, com todas as honrarias.

"Como costuma ser uma cerimônia oficial de chegada, com as honras militares envolvidas no Palácio do Planalto e a subida da rampa, os hinos, o hino nacional e o hino da Independência que, aliás, é uma composição de Dom Pedro I que, além de imperador ,era um bom músico nas horas vagas", diz Alan Coelho de Séllos.

No mesmo local, uma exposição, em forma de "linha do tempo", mostra a vida e o legado de Dom Pedro I. A mostra foi organizada pela Biblioteca Nacional com a colaboração do Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro.


Fonte: G1

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