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Foto do escritorAmanda Wolff

Contribuição de indígenas e negros na história da imigração alemã é contada em livro

Imagem: Guilbert Trendt/ Start Comunicação.

Em uma cidade marcada pela celebração de 200 anos da Imigração Alemã no Brasil, uma obra se destaca por provocar um debate necessário e, muitas vezes, negligenciado. "Invisíveis: o lugar de indígenas e negros na história da imigração alemã" não é apenas um livro-reportagem, mas sim um convite à reflexão sobre as vozes silenciadas na construção da história de São Leopoldo. 


Nesta obra, resultado de um trabalho jornalístico primoroso, Dominga Menezes, Gilson Camargo – com diversas colaboração, entre elas a do historiador Ricardo Brasil Charão – desvendam uma narrativa que muitas vezes fica à margem dos grandes eventos comemorativos. A história dos indígenas e negros, invisíveis nas páginas da imigração alemã, ganha vida e importância através de uma pesquisa minuciosa e entrevistas reveladoras.


Gilson Camargo destaca a sinergia entre o lançamento do livro e as comemorações do Bicentenário da Imigração Alemã, ressaltando que, apesar de coincidência, esse projeto vinha sendo desenvolvido com o objetivo de discutir as diversas etnias envolvidas no processo migratório. “Entramos com esse projeto neste ano por uma coincidência, era um projeto anterior, que era uma proposta de discutir as demais etnias no processo de imigração alemã. E essa é a nossa contribuição”, afirma o jornalista.


Dominga Menezes também compartilha sua satisfação de participar de um trabalho inovador em sua trajetória jornalística. O livro-reportagem, que se apoia em fontes documentais e entrevistas contemporâneas, oferece uma nova perspectiva sobre a formação cultural e étnica de São Leopoldo. “Estamos muito felizes de poder participar com um trabalho que é novo na nossa vivência jornalística”, diz.


Ricardo Brasil Charão, um dos entrevistados durante a apuração e escrita da obra, ressalta a repercussão da obra, que transcendeu fronteiras nacionais. Segundo ele, diversos veículos de comunicação internacionais já estão destacando o livro, evidenciando a relevância e o impacto do trabalho. “Vários veículos de comunicação, acho que até fora do Brasil, já estão destacando essa obra que só mostra o tamanho desse feito, dessa turma toda aí”, comenta Charão.


Gilson também enfatiza a coragem de enfrentar narrativas oficiais e trazer à tona debates necessários. “Nós sempre andamos na contramão, né? E o pessoal que nos conhece sabe disso. E eu, pelo menos, não me arrependo em nenhum momento de ter esse ato de sem falsa modéstia, de coragem”, afirma. 


A obra, lançada recentemente, também desafia o leitor a reconsiderar a história contada pelos vencedores, propondo uma visão inclusiva e diversa. Gilson aponta que a história oficial frequentemente marginaliza as minorias, e "Invisíveis" busca reverter essa tendência. “Eu quero que a minha história seja contada por mim, e não pelo olhar de outros, e muito menos daquele que me colonizou”, declara.


Dominga ressalta a complexidade e a densidade do tema, mas assegura que o texto é acessível e cativante. “Não se assustem com o livro. O assunto é complexo. As abordagens são bastante densas. Mas o texto é leve. Um texto para ler em uma levada só”, garante.


Por fim, o historiador Charão sublinha a importância de revisitar o passado de forma crítica e abrangente, permitindo que a história seja contada de maneira justa e inclusiva. Ele acredita que o livro-reportagem oferece uma oportunidade única para popularizar esse conhecimento e integrá-lo na educação e na vida comunitária. 


"Invisíveis, o lugar de indígenas e negros na história da imigração alemã" é mais do que um registro histórico; é um convite à reflexão e à ação. Ao iluminar as contribuições esquecidas, a obra nos desafia a reescrever a história de São Leopoldo com justiça e verdade.


Amanda Wolff, da Redação Start


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