Desde a infância, ouço relatos de milagres atribuídos a um padre alemão. As famílias da vizinhança faziam peregrinação ao túmulo de Padre Reus, em São Leopoldo. Quando morreu, em 1947, João Batista Reus já era considerado santidade. Logo após o sepultamento no cemitério dos padres jesuítas, começou as ser invocado, especialmente em busca de cura para problemas de saúde.
Padre Reus escrevia muito e deixou cinco volumes de diário e autobiografia. O padre Benno Brod conta que o jesuíta descrevia e desenhava suas visões místicas, como a Santíssima Trindade, Nossa Senhora, santos e anjos.
Johann Baptist Reus, em alemão, nasceu em 10 de julho de 1868 na cidade bávara de Pottenstein, na Alemanha. Em família de onze filhos, ele e uma irmã seguiram a vida religiosa. Depois da ordenação e de completar a formação como jesuíta, veio ao Brasil em 1900.
Os primeiros onze anos foram dedicados ao trabalho apostólico em Rio Grande. Padre Reus também trabalhou no Colégio Anchieta, de Porto Alegre, antes de ir para São Leopoldo, em 1913. Na cidade do Vale do Sinos, foi pároco, capelão do Colégio São José, das Irmãs Franciscanas, e professor de teologia no Colégio Cristo Rei.
Em 1912, Padre Reus recebeu estigmas que, mesmo invisíveis, eram extremamente dolorosas. Depois de décadas enfrentando uma série de problemas de saúde, em 21 de julho de 1947, o religioso morreu aos 79 anos. A fama de milagreiro se espalhou rapidamente. Nos jornais de Porto Alegre, na década de 1950, já eram frequentes as notas de agradecimento pelas graças atendidas.
Em 1970, o Santuário do Sagrado Coração de Jesus foi inaugurado junto ao túmulo do padre. O local é visitado o ano todo, mas a maior movimentação ocorre mesmo na Sexta-feira Santa. Os devotos aproveitam para agradecer. Em caminhada, muitos fiéis partem de várias cidades da região para cumprir promessas.
Um processo de beatificação está em tramitação no Vaticano desde 1958. Para os fiéis, há muito tempo, cartões com a foto do jesuíta já são carregados junto com às imagens de outros santos nas carteiras e bolsas.
Fonte: GZH/ Por Leandro Staudt
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