Em clima de festa e em local simbólico para uma edição especial, a 47ª Expointer foi oficialmente lançada nesta segunda-feira (12), em Porto Alegre. No pátio da Secretaria da Agricultura, que sediou as primeiras edições do que se transformaria na maior feira agropecuária do Rio Grande do Sul, o lançamento em pleno bairro Menino Deus deu o tom de recuperação da edição.
Música, assado e exemplares de cavalos, touros, vacas de leite e ovelhas deram uma mostra do que virá na feira.
Os prejuízos causados pela enchente afetaram não só os agricultores, mas também o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, que precisou ser reformado para receber a edição deste ano. A casa oficial da Expointer ficou totalmente alagada durante a cheia.
O secretário da Agricultura, Clair Kuhn, saudou o trabalho dos servidores públicos para que a feira fosse viabilizada e a resiliência dos agricultores para a produção de alimentos em "Esta é a Expointer da reconstrução, para mostrar ao Brasil e ao mundo que somos aguerridos, fortes e bravos. É assim que o nosso agropecuarista tem feito no seu dia a dia", afirmou.
O governador Eduardo Leite destacou a relevância econômica da Expointer, mas enfatizou que a 47ª edição vai além das marcas numéricas. "Ainda é prematuro projetar se vai ser maior o volume de negócios do que edições anteriores, mas estamos confiantes de que serão números muito expressivos e relevantes com função do número de expositores e de animais. O que temos em termos de perspectivas de participação nos dá essa confiança", disse Leite.
O tom da superação esteve presente nos discursos de todas as entidades copromotoras. Depois de uma sequência de catástrofes climáticas, a Expointer é vista como momento para alavancar a produção que foi devastada.
Para Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), a feira mostra o que há de melhor na produção agropecuária. O presidente da Federação da Agricultura (Farsul), Gedeão Pereira, explica que a Expointer mostra a resiliência do povo gaúcho e "nada é mais importante neste momento do que construir uma festa da coragem".
Reconstrução
Anfitriã da festa, a subsecretária do parque Assis Brasil, Beth Cirne Lima, falou dos esforços necessários para reerguer o local e após os estragos. Entre os desafios, a edição precisará enfrentar as obras inacabadas da BR-116, tendo a Rodovia do Parque (BR-448) como acesso principal.
Já entre as novidades, Beth anunciou o uso exclusivo de um dos estacionamentos para os expositores de animais, facilitando a logística na entrada da feira.
Apoio da cultura
No campo do entretenimento, Beth Cirne Lima anunciou a criação do festival Sou do Sul, inspirado na iniciativa Salve o Sul da cantora Luísa Sonza para arrecadar recursos ao RS. Organizado pela S3 Produtora, de São Leopoldo, mais de 10 apresentações vão acontecer durante a Expointer, entre elas shows de músicos do Estado e convidados.
Não haverá cobrança de ingresso para assistir ao festival, que será gratuito aos visitantes do parque. As apresentações serão realizadas na pista do Cavalo Crioulo. Telões colocados em vários pontos do parque transmitirão a festa.
Os julgamentos de raça, o Freio de Ouro e o lançamento de máquinas e implementos agrícolas seguem como atrações principais da feira. Além do tradicional Pavilhão da Agricultura Familiar, que terá participação recorde de expositores este ano, com a maior parte dos negócios liderado por mulheres.
"Esperamos que sejam dias de alegria e sucesso, demonstrando claramente a nossa superação", disse Beth.
Transporte
Ainda sem operação plena da Trensurb para atrair os visitantes, a questão logística está entre as preocupações dos organizadores da Expointer este ano.
O maior problema é na direção de Porto Alegre a Esteio. Para isso, linhas de ônibus especiais serão colocadas durante a feira para atender à maior demanda de público.
"Vamos buscar compensar essa falta da Trensurb através de linhas excepcionais", garantiu Leite.
Cobranças
A expectativa é de que a edição seja também palco político para a cobrança de medidas de apoio aos agricultores que foram afetados pela enchente.
"O que temos salientado é que as medidas anunciadas não tem se efetivado na ponta. A crítica é para que se melhore. Não acho que seja má intenção do presidente da República ou dos ministros, mas não estão conseguindo atender e nos causa desconforto ver uma propaganda maior do que o que a entrega está acontecendo", criticou o governador.
Fonte: GZH
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