Com a informação de que um fuzil do Exército estava sendo negociado, a Polícia Civil conseguiu chegar ao vendedor e apreendeu não só a arma das Forças Armadas, como também um pequeno arsenal. A operação aconteceu na casa de antigo colecionador de armas, no Centro de São Leopoldo, na tarde de sábado (19). Dono de ponto comercial na cidade, o homem de 54 anos passou a ser investigado por possível elo com facções criminosas. O nome não é informado por causa da Lei de Abuso de Autoridade.
“Esse fuzil calibre 762, com emblema do Exército, estava para ser buscado no fim de semana”, revela o delegado Alencar Carraro, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). “O indiciado alegou que comprou essa arma e mais três da coleção de uma senhora. O fuzil é um pouco antigo, mas, como as outras 13 armas apreendidas, estava em muito bom estado.” Carraro acrescenta que os 1.250 cartuchos encontrados na casa eram novos.
Quartel
Uma comitiva do Exército foi ao Denarc, na manhã de ontem, para buscar informações. Fez fotos e coletou dados do fuzil. Uma equipe especializada dos militares voltará esta semana para buscar a arma e apurar a origem. Ou seja, o Exército tentará rastrear de qual quartel o fuzil saiu.
Havia armas em cofre e em fundos falsos
As armas legais estavam em um cofre grande e as irregulares em fundos falsos de roupeiros e até da louça do banheiro. “Constatamos uma sem procedência, uma com numeração raspada e cinco irregulares. Os cartuchos também não estavam regulares”, salienta o delegado. Ele frisa que, por meio de mandado de busca rapidamente concedido pelo Judiciário, todas foram recolhidas para averiguação.
Além do fuzil, havia dez espingardas e três pistolas, de diferentes calibres. Dois radiocomunicadores e dois celulares foram ainda apreendidos. Carraro comenta que as explicações do investigado não convenceram. “É aquela conversa de que um atirador emprestou arma para outro, que chegou até ele, e assim por diante.”
Atirador vendia pela Internet
Segundo o delegado, o colecionador admitiu que vendia armas pela Internet. “É atirador das antigas, muito conhecido na região, membro de clube de tiro. Afirmou que vende só para colecionador.” Conforme Carraro, uma série de situações terão que ser checadas. “Ele também declarou que vendeu 36 armas neste ano e deu nome de pessoas. Podemos chegar a outros envolvidos em venda ilegal de armas comerciais e apurar eventual ligação com o crime organizado.”
Indiciado vai responder em liberdade
O delegado ressalta que o colecionador foi autuado em flagrante por posse ilegal, homologado no mesmo dia pelo Judiciário. “Não pedi a prisão preventiva porque, além de estar mal de saúde, seria difícil ser decretada nesse período de pandemia e porque tem só um antecedente por porte ilegal de arma.” Carrarro observa que a tendência é o quadro se complicar para o atirador. “Se comprovarmos que efetuou transações de armas comerciais, como ele próprio admitiu, a pena é bem mais pesada.”
Fonte: Jornal NH
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