Com a chegada do calor e baixos níveis de chuva, a piranha vermelha (Serrasalmus Maculatus), peixe agressivo típico da bacia do Rio Uruguai, atravessou o Rio Grande do Sul, chegou ao Guaíba e pode atingir municípios banhados pelo Rio dos Sinos e pela Lagoa dos Patos, alertam autoridades da área ambiental.
"Os animais estão se espalhando, é o processo biológico deles, e nós como seres humanos não conseguimos controlar. Não havia chegado essa informação (das piranhas em Porto Alegre) para nós, mas isso só agrega a escala do problema", disse Maurício Vieira de Souza, analista do Ibama.
Monitoramento da poluição na bacia
Mensalmente, o Consórcio Pró-Sinos monitora nove parâmetros de qualidade da água em 24 pontos representativos da Bacia do Rio dos Sinos. A partir desses parâmetros – coliformes termotolerantes, pH, Nitrogênio, Fósforo, Oxigênio Dissolvido, demanda bioquímica de Oxigênio, temperatura, turbidez e sólidos totais – é calculado o Índice da Qualidade da Água (IQA), um número que permite uma avaliação genérica, mas significativa, das condições da água no local.
O IQA tem uma escala que varia de 0 a 100, sendo os valores mais baixos indicativos de uma qualidade muito ruim e valores mais altos, indicativos de boa qualidade. A equipe técnica do Pró-Sinos acompanha esses dados, que se relacionam com os parâmetros medidos mensalmente. São informações relevantes, que podem servir de alerta e apoiar tomadas de decisão e ações.
O exame dos valores obtidos permite segmentar a bacia em duas porções: áreas com baixo adensamento populacional, mais próximas das nascentes, e áreas com alto adensamento populacional, mais próximas da foz. Na primeira porção estão situados os pontos de P1 a P13. Na segunda, os pontos de P14 a P24.
Os dados
A campanha de outubro revelou um cenário de melhora para todos os pontos monitorados, em especial, aqueles situados próximos às nascentes do Rio dos Sinos e seus afluentes. Na primeira porção, a menor quantidade de chuva diminuiu a turbidez das águas que ainda se mantiveram com vazão relativamente alta devido à drenagem da água infiltrada no solo pela calha dos arroios e rios. Essa água que escoa mais lentamente pelas calhas das microbacias apresenta baixa turbidez e também valores favoráveis nos demais parâmetros monitorados.
Os pontos próximos das nascentes, aqueles que agrupamos na primeira porção, apresentaram qualidade boa com valores de IQA acima de 74, embora não atinjam qualidade excelente (IQA acima de 90). Entretanto, os parâmetros que reduzem o valor do IQA nesses pontos revelam pouca influência das ações humanas, devendo-se mais a causas naturais. Os destaques positivos são os pontos P1, P6, P11 e P12, situados nas extremidades da bacia e antes de os cursos de água chegarem às cidades.
Na segunda porção, que recebe as águas da primeira porção, o IQA apresenta valores baixos, mas não tanto quanto em meses anteriores. Nessa porção, somam-se os despejos de esgoto não tratado, vindos das áreas urbanas, o que, em geral, torna a qualidade da água muito baixa.
São destaques negativos da segunda porção os pontos P17 (Foz do Arroio João Corrêa) e P22 (Foz do Arroio Sapucaia, na ponte da BR 386) com valores de IQA de 41,18 e 39,78, respectivamente. Não são pontos do leito do Rio dos Sinos, mas afluentes importantes.
Fonte: DuduNews
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